segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Um concelho, duas realidades (5): o turismo fica à porta

A cidade de Caldas da Rainha tem Bordallo Pinheiro e as faianças que ele inspirou, tem termas, tem gastronomia e produtos alimentares que ainda não têm o reconhecimento conveniente, tem a Escola Superior de Artes e Design, tem um monumental Centro Cultural e de Congressos que pode ter mais renome. E a sua periferia? Aparentemente, nada tem. A capital do concelho está, orgulhosamente, de costas voltadas para o resto da região.
As zonas de paisagem natural já têm a vocação de lixeiras, a costa atlântica e a sua magnífica vista vivem só da Estrada Atlântica, a praia da Foz do Arelho esteve à beira da destruição durante vários meses e quase ninguém se importou, as "docas secas" são um espectáculo miserável (recorde-se!), a Lagoa de Óbidos está cada vez mais seca, as estradas secundárias vão ficando reduzidas a picadas e continuam a deixar-se construir barracões que até podem ter resultado de processos muito legais mas que destroem, visualmente, as zonas onde nascem.
Enquanto os poderes públicos, os burocratas idiotas e as entidades privadas que podem beneficiar do turismo continuarem de costas voltadas para as áreas não-urbanas, é inútil pensar em fomentar o turismo na região.

domingo, 30 de janeiro de 2011

Um concelho, duas realidades (4): Fernando Costa é como a EDP

O estado de degradação das redes de abastecimento de água e de electricidade nas zonas não-urbanas contrasta com a situação da cidade de Caldas da Rainha. O crescimento urbano na periferia, o aumento da população e a abertura de estabelecimentos comerciais e industriais fora da cidade criam uma pressão que as redes degradadas já não suportam.
O desinteresse dos autarcas e dos políticos (e o silêncio da comunicação social) acabam, na prática, por branquear o que não passa de um desinvestimento claro na "requalificação" dos serviços básicos.
Vê-se mais e é por isso mais importante - na tradição da política feita para a comunicação social - o embelezamento de uma rua do que a substituição da canalização apodrecida e estragada.
O autarca-mor, Fernando Costa (presidente da Câmara e dos Serviços Municipalizados), está, para as zonas rurais, como a EDP: o interesse concreto das populações é negligenciado e só algum protesto mais intenso é que os faz tremer... e temer. Estranhamente, a oposição política demonstra uma cumplicidade que só pode ter uma explicação bondosa: vivem todos na cidade, ou a ela encostados, e ignoram a realidade externa à cidade.

sábado, 29 de janeiro de 2011

Um concelho, duas realidades (3): os políticos

Um candeeiro de iluminação pública avariado é motivo de excitação para um autarca. As sucessivas quebras no fornecimento de electricidade às zonas em redor da cidade não interessam a ninguém - políticos, autarcas, os próprios presidentes das juntas de freguesia voltam as costas a esta realidade e deixam os residentes e os comerciantes entregues à sua sorte e à arrogante e imbecil opressão da EDP.
Não se encontram tomadas de posição sobre os problemas reais das freguesias rurais e os próprios presidentes das juntas de freguesia só esporadicamente se fazem ouvir a propósito dos problemas que afectam os residentes das freguesias.
Num jantar de Natal dos presidentes das juntas de freguesia, um deles, que é advogado na cidade, disse que uma das coisas que mais gostava de ver em 2011 era o asfaltamento de uma rua da sua freguesia, onde reside um membro da magistratura. Pode ser que um dia dê jeito, há-de ter pensado.
Na cidade, a política põe os políticos e os autarcas a fazerem de conta que estão no governo da Nação ou no Parlamento. Fora da cidade, os presidentes das juntas de freguesia só pensam nos seus próprios interesses e os partidos políticos saem dos seus esconderijos de quatro em quatro anos, só na altura das eleições autárquicas... chegando a prometer máquinas multibanco ao eleitorado.

Um concelho, duas realidades (2): os jornais

A "Gazeta das Caldas" e o "Jornal das Caldas" reflectem, à sua maneira, a perspectiva exclusivamente urbana das elites caldenses - o que se passa na cidade é que é importante; a realidade exterior à cidade é uma coisa de outro país.
Há uma semana, o "Jornal das Caldas" publicou uma carta de uma residente na Tornada (que comentámos aqui) sobre as rupturas na rede de distribuição de água, da responsabilidade dos Serviços Municipalizados. A situação é geral, acontece quase todos os dias em toda a região não urbana, e tem a ver com a total ausência de investimento na manutenção e na renovação das infraestruturas. Seria natural que o jornal que dá espaço a uma questão destas desenvolvesse o assunto. Pelo menos, pondo os seus repórteres no terreno, a bater à porta dos moradores a perguntar se falta e quando a água (e a electricidade também, já agora) e a questionar os Serviços Municipalizados. Não foi o que aconteceu (o que justificou esta nota).
A "Gazeta" afina pelo mesmo diapasão. No período das eleições autárquicas faz, e bem, entrevistas-padrão aos presidentes cessantes das Juntas de Freguesia. Mas não dá voz aos residentes, não precede as entrevistas de um levantamento dos problemas das freguesias.
Semana após semana, a cidade é a figura principal dos dois jornais. Que também vivem de costas voltadas para o resto do concelho, embora às vezes ainda espreitem por cima do ombro...

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Um concelho, duas realidades (1): de costas voltadas

Caldas da Rainha é uma cidade semelhante a muitas outras, com um razoável nível de desenvolvimento e, em várias versões, tem tudo aquilo o que as outras tem. Sendo um meio mais pequeno, o relacionamento entre os seus habitantes é, em geral, melhor. O mesmo não se pode dizer do relacionamento com as grandes empresas nacionais fornecedoras de certos serviços - o que é mau à escala nacional é pior à escala das pequenas cidades.
Caldas da Rainha não se esgota, no entanto, na cidade. Ao contrário das grandes cidades, a transição entre a cidade e as áreas não urbanas e rurais faz-se sem os subúrbios degradados. As casas antigas que ainda subsistem, as moradias de habitação permanente e de segunda habitação e pequenos conjuntos de vivendas geminadas (que replicam a aglomeração dos residentes urbanas) começam logo à saída de Caldas da Rainha.
Mas é na ligação entre a cidade e as áreas não urbanas, incluindo-se nestas as várias povoações que não apenas as sedes de freguesia, que existe a linha de separação - Caldas-cidade é uma coisa, Caldas-fora da cidade é outra. E os residentes urbanos, sobretudo os das pequenas elites locais (nomeadamente as políticas, sociais e culturais), vivem de costas voltadas para as áreas rurais e para as freguesias.
Esta situação - a que nos referiremos amanhã - cria uma divisão inquestionável no concelho: são dois mundos quase diferentes.
A única paisagem não citadina que os caldenses urbanos conhecem é a Via Rápida que leva à discoteca Green Hill e à Foz do Arelho.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

O "Jornal das Caldas" parece que se esquece do "país real"

Depois de ter dado voz, há uma semana, a uma residente da Tornada sobre as frequentes rupturas na rede de abastecimento de água (a que aqui nos referimos), o "Jornal das Caldas" devia ter começado a ver pelas várias freguesias (basta sair da cidade para isso...) quais são as queixas das populações. Não o fez, no entanto.
Seria interessante conhecer o porquê deste desinteresse...

Três factos indesmentíveis sobre os SMAS da Câmara das Caldas e sobre a EDP

1 - É um facto indesmentível que, por motivos que se desconhecem, os Serviços Municipalizados de Água e Saneamento da Câmara Municipal das Caldas da Rainha e a EDP não investem na renovação das infraestruturas físicas que servem para a distribuição de água e de electricidade nem fazem a sua manutenção.
2 - É um facto indesmentível que os canos rotos dos SMAS e as respectivas rupturas e as quebras de fornecimento de electricidade têm como principal causa o desgaste dos materiais e a sua não substituição e, claro, a completa ausência de investimento também na manutenção.
3 - É um facto indesmentível que os "especialistas" que dirigem os SMAS e a EDP nunca negaram que seja este o principal problema das "avarias" que tanto prejudicam os consumidores

Por que é que a oposição camarária não se pronuncia sobre a água no concelho?

A conta da água é cara. Não pela água que se paga, dependendo do consumo (e é preciso muito cuidado para evitar as leituras por "estimativa", que são sempre desvantajosas para o consumidor), mas pelo resto: a "tarifa de disponibilidade", o "tratamento de esgotos" e os "serviços diversos". É um balúrdio, relativamente ao qual não se sabe, na realidade, o que se está a pagar. Não se vê, não se sente, não se nota, ninguém esclarece. Não parece, também, que se destine à manutenção de infraestruturas porque as rupturas sucedem-se.
Infelizmente, a oposição camarária (PS, CDS, PCP, BE) não se pronuncia. Deve achar bem. Ou deve estar à espera de ter essa maquia à disposição quando, e se, chegar ao poder no concelho.
É por estas e por outras que Caldas da Rainha precisa de novos protagonistas políticos.

O Modelo continua a não precisar de clientes

Já por várias vezes me referi aqui ao facto de as caixas do supermercado Modelo destinadas às 15 unidades, ou menos, serem de acesso mais ou menos condicionado e nas outras se aceitarem clientes com meia dúzia de produtos quando há outros clientes com os carrinhos cheios à espera de poderem passar.
Dizem-me que o pessoal das caixas tem instruções para não encaminhar os clientes das 15 unidades ou menos para essas caixas específicas. O que, no entanto, já fazem se um cliente quiser passar por uma caixa de 15 unidades quando tem o carrinho cheio.
No mínimo, é uma desconsideração para com os clientes que até vão pagar mais.
É mais um motivo para eu não voltar ao Modelo onde, apesar de alguns assomos de amabilidade por parte do pessoal, não me parece que precisem de mim como cliente. Ao contrário, neste caso, do Leclerc e do Intermarché, onde as coisas funcionam melhor e para onde me mudei.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Eleições presidenciais (9): o melhor, o pior e o nem-por-isso

O melhor: a declaração de Pedro Passos Coelho na noite das eleições, presidente do PSD e, muito possivelmente, o próximo primeiro-ministro.
O pior: a bronca com o cartão de cidadão, exemplo flagrante do que de mau tem a política feita em função das televisões e do marketing político.
O nem-por-isso: a vitória eleitoral de Cavaco Silva.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Que bem funciona a CP... com o nosso dinheiro

Conta o "Jornal de Notícias" aqui: "Há já quatro anos que 60 máquinas de venda de bilhetes de comboio e de metro estão a apodrecer e a ser vandalizadas em estações e apeadeiros das linhas da CP. Um projecto de 10 milhões, da Transportes Intermodais do Porto e da CP, que nunca foi posto a uso."

Ei-los que voltam a atacar!

Os tais que recebem um "subsídio de incómodos" porque é uma incomodidade terem de trabalhar vão voltar a lixar-nos: aqui.

domingo, 23 de janeiro de 2011

Convém não esquecer

O voto não é obrigatório. A democracia dá ao cidadão o direito a votar e o direito a não votar.
Nas eleições presidenciais, os votos brancos e nulos não contam para o apuramento geral.
Nestas eleições, que vivem de candidaturas pessoais, o cidadão que não se reconheça em nenhum candidato só pode mostrar o seu desagrado se se abstiver e não for votar.
Além disso... o actual Presidente da República já está reeleito pelos muitos que decidiram ir convictamente votar nele.

sábado, 22 de janeiro de 2011

O PS está contra o desenvolvimento da Região Oeste e contra os seus habitantes

Duas conclusões que se tiram destas votações na Assembleia da República:
1 - O PS está contra o desenvolvimento da Região Oeste e contra os interesses concretos das suas populações;
2 - O PS, o PCP, o BE e os "Verdes" preferem o TGV à Linha do Oeste.
Lembrem-se bem disto...

Olé, Benigno!...

Portanto, o vinho de Vinhos Benigno era mesmo espanhol, segundo escreve o anterior proprietário aqui.
Já o tínhamos notado aqui, em Agosto do ano passado.

Os Serviços Municipalizados também se estão nas tintas para as necessidades da população

"As quebras de fornecimento, geradas por rupturas na rede pública, são frequentes. Muitas vezes, e especialmente para quem está o dia todo a trabalhar fora de casa, deparamo-nos, quando chegamos, com pouca pressão, água castanha ou então demasiada pressão que danifica electrodomésticos e torneiras, sendo que, acaso as máquinas estejam ligadas, já se verificaram danos irreparáveis ou então de custos elevados. São falados entre a população casos de esquentadores, máquinas de lavar roupa e loiça avariadas, por estarem a funcionar no momento da ruptura ou da quebra gradual no fornecimento (água com pouca pressão). As rupturas e os piquetes na freguesia são constantes."
Esta queixa é feita por uma leitora do "Jornal das Caldas" aqui e refere-se à freguesia da Tornada.
A situação é, no entanto, generalizada nas zonas rurais ou ex-rurais, onde a expansão habitacional não foi acompanhada pelo investimento na manutenção e substituição das infra-estruturas, tanto por parte dos Serviços Municipalizados da Câmara como por parte da EDP, por incompetência ou desatenção e apesar do muito dinheiro que todos lhes entregamos por via da multiplicação de taxas sobre o consumo de água.
Isto só se resolve de uma maneira: se os afectados protestarem. Como fez esta consumidora.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

O direito à abstenção

Na lógica proibicionista dos que não sabem argumentar, os cidadãos não têm o direito de votar e de não votar. Têm, apenas, o dever de ir às eleições e de meter na caixa dos boletins de voto o que quer que seja para salvaguardar as aparências de um regime que tem todas as vantagens e todas as vantagens de uma democracia, regime político que nunca será perfeito mas para o qual não se encontrou ainda melhor alternativa.
O voto, no entanto, não pode ser obrigatório.
Os cidadãos têm o direito de votar numa candidatura, de votar em branco ou de anular o voto (opção que é um contra-senso) e de não irem votar.
E os políticos, os vários "donos" do regime têm é de esforçar-se para encontrarem bons argumentos para convencerem os eleitores a ir às urnas - mostrando que o Estado de direito pode adequar-se às necessidades do povo e regenerar-se por influência directa dos que são eleitos para, em períodos mais ou menos longos, gerirem o Estado e o país por mandato do povo.
Não é o que acontece. E não sabemos se algum dia será possível.
Por isso, a abstenção é um direito que a democracia nunca poderá negar ao povo sob pena de deixar de ser uma democracia.

Eleições presidenciais (8): Cavaco Silva

A campanha do ainda e futuro Presidente da República foi débil, deixou por explicar algumas coisas que já deviam ter sido explicadas há muito tempo, resvalou para a arrogância e para a demagogia (que disparate a afirmação sobre os custos económicos de uma 2.ª volta por parte do Presidente que marcou as duas eleições de 2009 para domingos diferentes com um intervalo de 15 dias!), pode ter correspondido à necessidade psicológica de uma figura institucional de estabilidade face a um governo instável e mentiroso mas há-de ter alienado muitos potenciais eleitores que gostam de decidir pela sua própria cabeça. Vai ganhar, também, por falta de comparência de uma alternativa mais sólida. Felizmente, daqui a cinco anos, já não poderá ser reeleito.

Em conclusão: tem a vitória assegurada à 1.ª volta, dispensando-se a ingestão de sapos vivos a quem dele não gosta.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

A GNR, os vibradores e o cestinho de verga

Que bem que fica na fotografia esta espécie de "corbeille" de Natal com o cestinho de verga, os vibradores e o creme corporal Nivea com o emblema da GNR ao fundo. Estes acessórios foram encontrados em buscas domiciliárias realizadas em casas das Caldas da Rainha e do Cadaval. Haveria suspeitas de prostituição mas as ditas não ficaram na fotografia. Não se percebe o interesse da GNR nos acessórios de cariz sexual. Quanto ao "body milk" Nivea, parece que faz bem à pele...

Um taxista "Modelo" que deve ser um deficiente clandestino

O motorista do táxi com a matrícula 63-BO-60, de Salir do Porto, estava esta tarde repimpadamente estacionado no estacionamento do supermercado Modelo reservado aos deficientes físicos. O veículo não tinha qualquer dístico que identificasse o seu proprietário e/ou motorista como deficiente físico.

Eleições presidenciais (7): o papel das televisões

Primeiro foram os "debates", desfasados de tudo e em estilo de tempo de antena, completamente desinteressantes. Depois - como infelizmente é costume - as "reportagens" sobre desfiles de rua e outros eventos do género, com os pouco brilhantes repórteres mais ou menos aos gritos com gente ululante por cenário e candidatos que nem sabem o que dizem a cada momento. A cobertura da campanha eleitoral (e da "pré-campanha") pelas televisões tem sido grotesca.

Em conclusão: leiam jornais, e algumas revistas e blogues, para terem mais informações.

Eleições presidenciais (6): José Manuel Coelho

Pois, o Estado de Direito também permite que apareça um candidato assim. A intenção terá sido a crítica ao regime e aos "políticos", segundo parece. Mas a falta de humor complica tudo.

Em conclusão: a crítica aos costumes funciona melhor quando é feita com graça.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Eleições presidenciais (5): Fernando Nobre

O médico que quer salvar o mundo não demonstrou ter uma noção muito apurada dos poderes presidenciais e esse facto, ligado às críticas que foi lançando sobre "os políticos", sugere que não se encontra muito preparado para o cargo. Além disso, nada mostra que o seu discurso anti-política - e, no entanto, como candidato presidencial, Fernando Nobre fez-se político - tenha conseguido seduzir eleitores em número suficiente para lhe darem a Presidência da República. Não é, por tudo isto, uma alternativa às formalidades do regime vigente. Nem traz consigo um programa que possa sobreviver, politicamente, à sua derrota.

Em conclusão: nem para protestar contra os males do regime serve o voto em Fernando Nobre.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Eleições presidenciais (4): Francisco Lopes

A democracia também o permite: um partido pode aproveitar a ocasião para lançar uma candidatura que se destina, apenas, a fazer ouvir a sua voz, sobre as eleições presidenciais e sobre tudo o resto, numa altura em que a comunicação social é obrigada a dar o mesmo espaço a todos os candidatos.
Francisco Lopes, o candidato do PCP, não visa a Presidência da República. O seu intuito é "passar a mensagem" do seu partido. Infelizmente, a "mensagem" do PCP é uma coisa que deixou de ser actual desde que, pelo menos, foi derrubado o Muro de Berlim e o "socialismo real" se desmoronou na Europa. Portugal, neste caso, já não é redutível à dicotomia trabalhadores versus capitalistas.

Em conclusão: votar em Francisco Lopes não é votar para a Presidência da República.

Queixa contra o grupo proprietário do Colégio Rainha D. Leonor

O grupo GPS, proprietário do Colégio Rainha D. Leonor, foi alvo de uma queixa da Federação Nacional dos Professores (Fenprof) à Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT), como se pode ler aqui. O estabelecimento de Caldas da Rainha não é, no entanto, citado.

Eleições presidenciais (3): Mário Soares

Quem é que ele apoia?

Em conclusão: esperemos para ver o que vai dizer depois de se confirmar a derrota do eixo BE/Alegre/PS.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Eleições presidenciais (2): Defensor de Moura

A democracia é isto: um cidadão que reúna determinadas condições pode apresentar a sua candidatura presidencial. O ex-presidente camarário Defensor de Moura cumpriu essas condições e ei-lo candidato. A ideia pode ter sido mesmo só sua mas tudo o que tem feito, com a interessante complacência do PS (que é, afinal, o seu partido), transforma-o numa espécie de "lebre" do PS governamental que diz o que Manuel Alegre não quer, não pode ou não deve dizer. Ou, para a campanha eleitoral, numa espécie de "plano B". Que recompensa terá pelo que anda a fazer?

Em conclusão: nem vale a pena votar nele.

A8: a Autoestradas do Atlântico contra o Estado de direito

Registe-se, que convém, que a Autoestradas do Atlântico (proprietária, na prática, da extensão do solo português por onde passa a autoestrada A8) ainda não concluiu as obras de alargamento que deviam ter ficado terminadas até ao final do ano passado e que, apesar disso, continua a cobrar portagens como se a lei - que deveria, até, suspender a sua aplicação porque a A8 em obras não reúne as condições para ser uma autoestrada - não existisse, ou não se aplicasse ou esse território tivesse deixado de pertencer a Portugal.
O testemunho é do "Jornal de Notícias" aqui.
Convém dizer que a "suspensão da democracia" pela Autoestradas do Atlântico é deixada impune pelo Estado e pelo bando que o (des)governa.

domingo, 16 de janeiro de 2011

Uma ressalva necessária

Isto e isto não significa que não reconheça mérito à iniciativa da "Gazeta das Caldas" e ao trabalho que o jornalista Pedro d'Anunciação tem feito, nesta área, na própria "Gazeta" (ressalvando as reservas que enunciei em devido tempo) e no "Sol".
Não vale a pena deitar fora o bebé com a água do banho, meus senhores!

Eleições presidenciais (1): Manuel Alegre

Manuel Alegre tentou sentar-se em duas cadeiras ao mesmo tempo - o seu próprio partido, o PS de Sócrates e desta austeridade terrorista, e o BE, o da mistura fina de trotkistas, maoístas e comunistas arrependidos. O resultado que vai ter nas eleições de 23 de Janeiro é proverbial: um entalão nas partes mais sensíveis (o seu orgulho) que será também uma derrota, embora ainda não decisiva, para o primeiro-ministro Sócrates. Veremos, a propósito, quem vai assumir no PS o papel do "eu bem dizia..."
Há cinco anos, Manuel Alegre foi um protagonista político que era a voz de uma alternativa, indistinta mas prometedora. Hoje é uma bandeira esfarrapada.
É bom que se lembrem, entre a subida brutal do IVA e dos preços em geral e a descida igualmente brutal dos salários da função pública, da cumplicidade de Alegre para com o governo dele.
E, já agora, do silêncio de Alegre, do Alegre da Foz do Arelho e dos robalos (supõe-se que não os de Vara...), quando a Lagoa de Óbidos e a praia da Foz do Arelho estiveram à beira da destruição.

Em conclusão: não votem nele.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Cabovisão: serviço em baixa, insensibilidade em alta

Empresa que parece andar aos restos das maiores, arredada dos grandes centros e pouco interessada em expandir os seus serviços, a Cabovisão já apanhou o tique arrogante das grandes empresas, como narra o "Jornal das Caldas" (link não disponível): um cliente da Cabovisão que ficou sem casa, devido a um incêndio, foi impiedosamente assistido pelos serviços da empresa, que se recusaram a cancelar o serviço sem terem um documento que comprovasse... a destruição.
Burocraticamente, a Cabovisão tem razão. Mas os seus responsáveis podiam ter aliviado a vida de quem perdeu a casa e, cancelando provisoriamente o serviço, aceitariam mais tarde o documento.
Ou esperariam que o cliente lhes levasse um punhado de cinza ou um barrote queimado ou um pedaço de parede destruída?

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Se é "cada vez mais difícil" porque se (re)candidatam os presidentes das juntas de freguesia?

Segundo narra aqui a "Gazeta", na reunião da Assembleia Municipal de 28 de Dezembro, o presidente da Junta de Freguesia de Nossa Senhora do Pópulo, Vasco Oliveira, "falou em representação dos seus colegas, para se queixar do corte previsto em orçamento para as freguesias" e queixou-se: “Hoje ser autarca de freguesia torna-se cada vez mais difícil”.
A pergunta impõe-se: então para que se (re)candidatam?!
Ou precisarão os coitados dos presidentes das juntas de um subsídio "de incómodos", como os carteiros?

domingo, 9 de janeiro de 2011

O Algarve também se queixa da EDP

A EDP tem "cortes frequentes no fornecimento de energia elétrica a domicílios e na iluminação pública em várias zonas da região". Cá na Região Oeste como também no Algarve, segundo um protesto do deputado social-democrata Mendes Bota que se pode ler aqui.
Acredito que se toda a gente afectada protestasse (consumidores particulares, empresas, autarcas e até deputados), a EDP teria de fazer alguma coisa, mais tarde ou mais cedo, para melhorar o péssimo serviço que presta.
A propósito, pergunta-se, mais uma vez: por que motivo é que os nossos autarcas falam tão pouco sobre a EDP? Não sabem o que se passa ou preferem defender os interesses da EDP em vez dos interesses da população?

sábado, 8 de janeiro de 2011

Armas a menos no Exército, armas a mais na GNR de Caldas da Rainha

Se faltam armas no Exército, por furto ou por outra coisa, na GNR de Caldas da Rainha parece que há armas em excesso, a avaliar pela maneira como alguns dos seus elementos se apresentam pesadamente armados quando vão jantar ao restaurante O Cortiço. Devem, talvez, ir em missão, pensando que o famoso Churrasco à Javali é um guerrilheiro afegão ou o Polvo à Lagareiro um perigoso meliante.

O silêncio da "Gazeta das Caldas"

A "Gazeta" não se pronuncia sobre isto. Segue assim a tradição da imprensa portuguesa de fazer de conta que é perfeita e que não dá tiros nos pés.

Um bom exemplo dado pelo Estado: protegem-se os carros dos dirigentes mas não as crianças!

Não há dinheiro para obras nas escolas mas a Direcção Regional de Educação do Centro, em Coimbra, gastou 138 mil euros numa cobertura para o seu próprio parque de estacionamento, para proteger os popós dos seus altos funcionários. Mais um bom exemplo dado pelo governo do PS. Pormenores aqui.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Duas pergunta sobre a GALP e o preço dos combustíveis

A fronteira entre o concelho de Caldas da Rainha e o concelho de Alcobaça (a Norte) não é um obstáculo físico. Não é uma barreira. É uma mera divisão administrativa que, por exemplo, por mais que andemos na estrada da Tornada num sentido e noutro, nunca veremos.
Por que motivo é que basta atravessar essa linha para encontrarmos preços diferentes nos postos de combustíveis?
A GALP não se cansa de se lamuriar a dizer que não pode baixar os preços mas basta passar de Alcobaça para Caldas da Rainha para se encontrarem preços mais baixos, a começar pela GALP.
Será que a GALP e as restantes gasolineiras têm prejuízos nas Caldas da Rainha?
E, se não têm, não podem baixar os preços no resto do país?

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Haverá outro motivo para os autarcas se calarem perante a EDP?

Em jeito de comentário a esta minha crítica, comenta um leitor por e-mail: "Talvez a EDP arranje maneira de manter os autarcas calados, garantindo-lhes qualquer vantagem superior aos interesses dos seus eleitores..."

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

A prova provada de como os presidentes das Juntas de Freguesia se estão nas tintas

Os presidentes das Juntas de Freguesia do concelho reuniram-se em jantarada e, nela, segundo contou um dos jornais locais (aparentemente sem link), expressaram os seus vários desejos para o futuro. Foram todos muito líricos, das coisas que deviam fazer e não fazem às coisas que não pedem a ninguém que faça, esquecendo-se, no entanto, de uma coisa essencial: a EDP e o péssimo serviço que presta - quando presta! - aos habitantes deste conselho.
Vê-se mesmo que esta malta não conhece as necessidades reais das populações que, mais ou menos, os elegeram, por inércia, por ingenuidade, por falta de comparência das oposições, por pura e simples ilusão.
É necessário substituí-los nas eleições autárquicas de 2013!

sábado, 1 de janeiro de 2011

A Ensitel arrependeu-se

Como se pode ler aqui. Mas eu nunca mais lá comprarei nada.

Não há motivos para festejar...

... o ano negro que aí vem. Recomendo que guardem as celebrações para o dia 31 de Dezembro de 2011, na esperança de que 2012 já possa ser melhor, ou para a demissão do primeiro-ministro, dependendo do que primeiro ocorrer.