domingo, 20 de maio de 2012






 

P.J.G.M.S.R.

Lisboa, 18/08/1951 - Caldas da Rainha, 19/05/2012











sexta-feira, 11 de maio de 2012

Felizmente há luar

Há sol, está calor, o oceano está azul e há mais praias além do estaleiro da Foz do Arelho. É bom.

quarta-feira, 9 de maio de 2012

As eleições autárquicas de 2013 (6): o dilema dos independentes

Fui, nos meus posts sobre as eleições autárquicas do próximo ano e antes disso, bastante favorável aos independentes organizados no Movimento Viver o Concelho (MVC). Mas agora já tenho muitas dúvidas depois de ter visto um documento que me chegou às mãos sobre o encontro "Qual Será a Minha Freguesia?", de 14 de Janeiro.
Trata-se de um documento em 24 páginas que não responde, nem de longe, ao lema da questão e que mergulha na lógica que, afinal, não é a dos cidadãos independentes mas dos interesses pessoais e partidários já instalados: ninguém ficará a saber qual será a sua freguesia mas terá de saber o que pensam alguns autarcas - e é sintomático ver a diferença que vai do atabalhoamento do presidente da junta de freguesia da Serra do Bouro para a certeza clara do presidente da junta de freguesia da Tornada - e, com algum esforço, perceber que há um grupo de cidadãos da Amadora com boas ideias.
Com esta iniciativa, os independentes do MVC podiam ter obtido um impacto significativo junto da população mas o que fizeram foi cair na lógica que dizem não ser a deles, dando o palco todo aos autarcas sem sequer conseguirem tirar conclusões de um encontro onde os cidadãos realmente independentes não viram ser debatido o problema da agregação das freguesias.
Os independentes do MVC já têm pouco tempo para mostrar que podem ter uma presença relevante.
Aqui o que fizeram foi dar um passo em frente para darem logo três atrás.
Em política, e com a devida vénia ao sábio Lénin que às vezes acertava, pode-se dar um passo em frente e dois atrás. Mais do que isso é suicídio.

Foz do Arelho em maré de azar

Já se sabe para que servem e quem as faz mas, azar dos azares, as obras nas arribas da Foz do Arelho estão paradas, parece que por terem sido contestadas pelo proprietário de um dos terrenos afectados.
Com a época balnear a começar definitivamente, é bizarro ver em obras uma tão grande extensão que, aliás, já começa a ser invadida pelos carros.
Tal como é bizarro que as dragagens ainda prossigam, com vastas extensões da praia interditadas, depois de o fim das dragagens ter estado garanrido para... o mês passado.
Voltaremos ao assunto.

segunda-feira, 7 de maio de 2012

A feira das vaidades dos extraterrestres da Assembleia Municipal

Não são, visivelmente, deste mundo as criaturas que de vez em quando habitam esse órgão de discutíveis efeitos práticos que é a Assembleia Municipal de Caldas da Rainha, que se transformou numa espécie de passerelle de uma verdadeira feira de vaidades onde os representantes partidários se acoitam em verdadeiras orgias políticas para tentarem fazer prova de vida.
É ver o relato das mais recentes festividades da coisa aqui.
Os membros da Assembleia Municipal manifestaram-se contra a "liquidação" das freguesias, classificando-a como uma "chantagem".
A moção aprovada (pelos votos de todos com excepção do PSD, é do PCP e só falta nela o delírio do "pacto de agressão". Ou seja: que fique tudo na mesma. Pouco importa que a lei seja aprovada na Assembleia da República e posta em prática mais tarde ou mais cedo. O mundo real não conta para esta gente.
No meio desta irrealidade toda, o vereador Tinta Ferreira teve um intervalo de relativa lucidez: o importante é começar a pensar numa proposta que diminua o número de freguesias a extinguir no concelho. A questão fundamental não é esta, no entanto: é saber como aproveitar a oportunidade aberta pela obrigatoriedade decorrente de uma lei nacional para reformular da melhor maneira a divisão administrativa do concelho.
A mesma irrealidade paira no caso da lei que obriga as câmaras a só fazerem despesas quando tiverem provisões para elas (e que tem a designação curiosa de Lei dos Compromissos).
Nenhum dos extraterrestres que compõem a Assembleia Municipal se mostra inquieto com a faraónica Comunidade Intermunicipal do Oeste. Devem ter visões orgasmáticas de poder quando pensam no mostrengo arquitectónico que é a sua sede. Ou cartões de crédito de luxo e ordenados ainda melhores. Por isso, estão contra a lei: que se gaste, que se gaste sempre, é na prática o que defendem. Depois o povo que pague a conta.
Uma distinta representante do PS, que por acaso é bióloga, mostrou-se preocupada com as perdas de água e com a qualidade da água que pagamos quase ao preço da gasolina, quando se tratou das contas dos SMAS que - pudera, com o custo de luxo da água! - ficaram com um saldo disponível de 211 mil euros para este ano.
Sendo tudo gente que mora na cidade, onde no entanto também há rupturas, nada sabem do estado de podridão da rede de abastecimento de água nas freguesias rurais nem do estado das vias onde se amontoam buracos, crateras e reparações daquelas de atirar alcatrão para cima e está a andar.
O mundo real é uma coisa, a vida deles é outra, entre a casa, o trabalho, o café sempre dentro da protecção das muralhas psicológicas da cidade e uma deslocação episódica à Assembleia Municipal para poderem pôr no currículo que já fizeram parte de uma.
De que planeta é que terão caído estes espécimes?

Uma boa iniciativa dos horticultores do Oeste

Uma iniciativa dinâmica dos horticultores do Oeste: mostrar que existem e que os seus produtos podem ser utilizados, e com vantagens de saúde e de gosto, na pastelaria e na doçaria: Agricultores incentivam uso de hortícolas na pastelaria. É assim que se progride!

domingo, 6 de maio de 2012

Gaste-se à vontade mesmo sem receitas!...

Em que é que a dita Comunidade Intermunicipal do Oeste gasta 1,5 milhões de euros por ano? A fazer o quê? O que ganham com isso as populações dos concelhos do Oeste? E como é que é que possível que nenhuma das várias dezenas de criaturas que compõem a assembleia da coisa se mostre sequer inquieta com o facto de as receitas serem de 1,4 milhões e as despesas serem de 1,5 milhões? Porque, na prática, somos todos nós que vamos ter de pagar a diferença. Para começar, claro, porque vai sobrar muito mais, quando se descobrir o verdadeiro "buraco" financeiro da coisa.
Sobre as contas da Comunidade Intermunicipal do Oeste, onde há quem continue a acenar com a loucura do aeroporto da Ota, a "Gazeta das Caldas" tem mais elementos aqui, embora poucos mais mas com fotografias destes especialistas em fazer coisas com o dinheiro dos outros.

E o cuzinho lavado com água de rosas, senhores presidentes das câmaras, não querem?

As câmaras que integram essa estrutura fantasmática que é a Comunidade Intermunicipal do Oeste estão contra a lei que proíbe as entidades públicas de incorrerem em despesas quando não tiverem previsões de receitas a 90 dias que cubram o valor que se propõem gastar.
Os caciques querem poder gastar à vontade, cobrar taxas que nos levam couro e cabelo (como é o caso da água) e nem pensam em reduzir despesas e depois... nós é que pagamos os disparates e os luxos deles?!
É ver o faraónico edifício da dita Comunidade Intermunicipal do Oeste onde foi, e continua a ser, enterrado milhão e meio de euros - que é de todos nós! - para benefício de uns poucos e sem proveito nenhum para os munícipes dos concelhos sujeitos a esta gente, que parece ter perdido toda a vergonha..
A seguir ainda hão-de querer o traseiro lavado com água de rosas e almoços e jantares só de pão-de-ló...

sábado, 5 de maio de 2012

Porque é que ele não responde...

... a uma pergunta tão simples como esta?
Não saberá responder? Ou não quererá? E se não quer... porque será?
Mas se ele não responde, podemos nós responder por ele?

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Hugo Oliveira anda muito nervoso

É claro que "quem não se sente não é filho de boa gente" mas os políticos têm de aguentar-se à bronca (desculpem a vulgaridade da coisa) e não começar a espadeirar em todas as direcções, neste caso a responder com comentários do género "patetas", "LOL" e "tenho lá umas vassouras" aos comentários, mesmo que esses comentários sejam anónimos e nada simpáticos.
Não foi o que fez o jovem vereador Hugo Oliveira que parece ter tempo suficiente para se entreter com respostas nas caixas dos comentários da "Gazeta" aqui e aqui.
Anda, parece, muito nervoso.
Estará o período de pré-candidatura a candidato à presidência da câmara a correr-lhe mal?

quinta-feira, 3 de maio de 2012

As eleições autárquicas de 2013 (5)

A experiência iniciada nas eleições de 2009 com duas candidaturas autárquicas de cidadãos independentes deve ter continuidade na actual situação e já o defendi.
Neste caso, conjugando-se a mudança legislativa, a agregação de freguesias e a impossibilidade de certos presidentes poderem continuar na câmara e nas juntas de freguesia (sem que se vislumbre um candidato forte a herdeiro do "trono" de Fernando Costa), aumentaram as possibilidade de a intervenção dos independentes aumentar.
O caminho, pelo menos no seu início, é simples.
Os independentes que seguem Teresa Serrenho e o seu MVC ou grupos de cidadãos mobilizados para o efeito devem promover reuniões nas várias freguesias para dinamizar o debate sobre a agregação de freguesias - que não pode ser tomado refém pela Assembleia Municipal - e recolher as opiniões dos habitantes locais sobre os problemas que os afectam e que podem ser resolvidos no domínio autárquico.
É possível, a partir da identificação desses problemas e dos interessados no debate, promover e apoiar iniciativas de cidadãos das freguesias que estejam disponíveis para se candidatarem e trabalharem nas juntas e nas assembleias de freguesia.
Se a nova lei o permitir e o tornar mais fácil, deveria surgir também - sem dúvida baseado no MVC - uma candidatura autónoma dos partidos à câmara municipal.
Com um PSD fragilizado e sem um candidato credível e com a arrepiante estupidez das oposições partidárias, o ano de 2013 será decisivo para os independentes, para os cidadãos sem partido mas com consciência cívica. Tudo agora depende deles.

quarta-feira, 2 de maio de 2012

As eleições autárquicas de 2013 (4)

É possível que nenhum concelho tenha freguesias a mais. Maior ou menor, talvez fosse ideal ter uma junta de freguesia bem equipada, com os seus membros eleitos e os seus funcionários ao dispor da população, de uma forma ou de outra, durante o dia todo, talvez mesmo durante a noite em casos de pessoas mais fragilizadas que moram sozinhas.
Mas uma coisa é o ideal e outra é a realidade. E o certo é que as freguesias deste concelho, como dos outros, devem diminuir em número e algumas delas devem ser agregadas a outras. Sem constrangimentos, com os presidentes das juntas a exercerem a necessária humildade democrática para não nos fazerem pensar que encaram as juntas como coisa sua e os seus bens imóveis e móveis como seus.
Seria desejável que os partidos, os próprios órgãos autárquicos e os cidadãos em geral participassem nesse debate e em torno de propostas racionais.
Como não sei o que vai acontecer e ainda não vi ninguém a abordar o tema com a amplitude com que ele deve ser abordado, aqui ficam quatro pontos com que contribuo para esse debate (as freguesias do concelho têm um mapa aqui).

1 - As oito freguesias do interior (Salir de Matos, Carvalhal Benfeito, Santa Catarina, Alvorninha e Vidais, São Gregório, A-dos-Francos e Landal) devem passar a cinco;

2 - A cidade deve ter uma só freguesia, sendo agregadas as freguesias de Santo Onofre e de Nossa Senhora do Pópulo;

3 - No litoral tem de existir uma única freguesia (atendendo à importância de que se reveste a frente atlântica) que agregue Salir do Porto (e, se possível, São Martinho do Porto), Serra do Bouro, Foz do Arelho e o Nadadouro e com a designação de freguesia do Mar Atlântico;

4 - A freguesia do Coto deve ser agregada à freguesia da Tornada.

Estejam os meus leitores à vontade para se pronunciarem.

terça-feira, 1 de maio de 2012

As eleições autárquicas de 2013 (3)

Da entrevista de Miguel Relvas à "Gazeta das Caldas" convém ainda prestar atenção a estas passagem:

"É urgente regenerar o atual modelo de Democracia Local para que os Portugueses voltem a ter confiança nos políticos e se envolvam neste imenso trabalho de reformar Portugal. Por isso, esta reforma da administração local consagra um eixo à Democracia Local a pensar na regeneração política e nos jovens autarcas e, no que respeita à limitação dos mandatos, o espírito da reforma aponta para uma limitação relativa ao território e não direcionada às funções."

Isto significa, no caso vertente das Caldas da Rainha, que há um bom número de presidentes de juntas de freguesia que não poderão candidatar-se a novos mandatos nas mesmas freguesias e, se forem efectivamente aplicados a letra e o espírito do que diz este membro do Governo, esses presidentes não poderão também candidatar-se a juntas de freguesia que resultem da agregação da sua anterior freguesia a outras, porque o território é o mesmo.
O mesmo, como aliás estava previsto, se aplica à presidência da câmara. Fernando Costa não pode recandidatar-se à câmara e deve esperar-se que a lei e o bom senso restrinjam o tentador subterfúgio de um presidente cessante entrar numa lista para a câmara em segundo lugar para depois chegar, pelo método da substituição, ao lugar que já ocupou vezes demais.
Isto significa, por sua vez, que vão ficar - felizmente - desocupados vários cargos e que os caciques locais não podem voltar a ocupá-los. Podem é certo tentar influenciar o voto nos seus "sucessores", e até vender o seu apoio a quem melhor pagar, mas esses "sucessores" acabarão por ficar em pé de igualdade perante os candidatos das actuais oposições, onde não se vislumbra um único candidato forte.
Está, portanto, aberta a porta à possibilidade de uma efectiva renovação de pessoas (e de métodos).

segunda-feira, 30 de abril de 2012

As eleições autárquicas de 2013 (2)

Há três pontos da entrevista do ministro Miguel Relvas à "Gazeta das Caldas" que convém salientar:

"Atualmente, uma freguesia com 100 habitantes tem as mesmas competências próprias que uma freguesia com 10.000 habitantes. Para nós, este modelo tem que ser alterado. É importante ter presente que as freguesias com maior dimensão e, por isso, com mais recursos e estruturas mais avançadas, poderão receber mais competências do que aquelas que não têm escala para o efeito.
Esta agregação de freguesias garante a continuidade do serviço público. Os edifícios, nomeadamente as sedes, que hoje fazem parte do acervo patrimonial das freguesias manter-se-á ao serviço das pessoas e o seu destino será da exclusiva competência dos órgãos da nova junta de freguesia resultante da agregação.
(...)

Esta reforma respeita o direito ao nome, aos símbolos, à História e à cultura das autarquias agregadas. O surgimento de novas freguesias deve consagrar uma agregação de territórios mantendo-se a identidade histórica e cultural das comunidades locais. A respectiva designação deverá ser escolhida com base numa ampla discussão entre cidadãos e os seus representantes nos órgãos autárquicos de freguesia e municipais. As Assembleias Municipal, enquanto órgão mais representativo do município, nas quais fazem parte integrante, de pleno direito, os Presidentes de Junta, são convocadas a pronunciar-se sobre qual a melhor forma de reorganizar o seu território, observando, naturalmente, os parâmetros de agregação.
(...)
A reorganização do território implica actualizar um mapa administrativo que já leva 150 anos de existência, mas importa deixar bem claro que as freguesias não vão acabar. Queremos alargar as suas atribuições e os seus recursos financeiros. O que se trata é de aprofundar e dignificar a capacidade de intervenção das juntas de freguesia para melhorar os serviços públicos de proximidade prestados às populações. O nosso compromisso de reorganizar o Estado tem como objectivo fortalecer o País. Isto significa que todos os portugueses continuarão a ter o seu presidente de junta de freguesia e a poderem resolver os seus problemas no local onde vivem. O que muda é a forma como o território será organizado e gerido através de uma associação dos órgãos políticos de freguesia que dará mais poderes aos presidentes de junta. O Governo conta com os autarcas de freguesia como 'os homens bons e honrados' das suas terras."

Ou seja: as freguesias não vão acabar, a agregação de freguesias (expressão que substitui agora a "fusão de freguesias", que podia dar uma ideia de descaracterização) pode aproveitar melhor os recursos existentes, as suas sedes podem, e devem, albergar serviços que melhor sirvam os cidadãos da nova freguesia e os respectivos presidentes são convidados a dar o seu contributo à reforma que vai ser feita e que deve ser pormenorizada, e debatida, no âmbito das assembleias municipais.
A clareza desta entrevista mostra, por outro lado, o grotesco de que se revestiu o protesto estapafúrdio das juntas contra a redução do número de freguesias, cujos presidentes agiram como se os órgãos autárquicos que são preenchidos por eleições universais e directas fossem coisa sua, apropriando-se, na prática, de instalações e de veículos que só estão ao seu serviço por delegação através do voto do povo.
A reforma da administração local não pode ser feita aos berros e deve ser amplamente debatida por todos e pelas assembleias municipais.
Nesta perspectiva seria natural que os partidos representados na Assembleia Municipal (e nomeadamente o PSD) e este mesmo órgão promovessem uma consulta pública, com reuniões prévias nas freguesias e centralmente na própria cidade, para debater o futuro do concelho.
A base já existe, segundo escreve ainda a  "Gazeta das Caldas" aqui: "Em relação às Caldas da Rainha, por exemplo, o munícipio teria que reduzir de 16 para 10 freguesias, de acordo com os cálculos avançados pelo vereador Tinta Ferreira. 'Mas ainda é possível fazer propostas que devem ser bem fundamentas e possam apresentar outros números', referiu o vereador. O que quer dizer que a lei final não tem critérios tão rígidos e tudo dependerá da proposta que cada uma das assembleias municipais apresentar. Também não estão identificadas as juntas de freguesia a serem agregadas."
Portanto, está quase tudo em aberto. Quem é abre o debate?

domingo, 29 de abril de 2012

As eleições autárquicas de 2013 (1)

Um meu inimigo de estimação, que revela por insultos e ameaças o seu mau carácter quando me refiro criticamente (pois de que outro modo o posso fazer, se não tenho a mais pequena ponta de consideração por essa odienta criatura?!) a um certo presidente de junta de freguesia, desafia-me sempre a candidatar-me a um órgão autárquico quando falo em eleições autárquicas, como se não houvesse mais nada no mundo.
Convém repetir, mais uma vez, que não tenciono, não quero nem desejo candidatar-me a nenhum cargo político, mesmo no âmbito autárquico.
Para relativa satisfação de alguns dos meus leitores que ficam tão enervados com o meu anonimato mas que podem agora ficar a saber mais alguma coisa se utilizarem a inteligência que Deus lhes deve ter dado, devo declarar o seguinte:
1 - já fui deputado à Assembleia da República nos anos 80 e considero por isso que o meu dever político para com o meu país está cumprido;
2 - a presidência da Junta de Freguesia da Tornada, onde resido, está bem entregue e não precisa por enquanto de outra pessoa (ao contrário da junta de freguesia de que é proprietário esse meu inimigo de estimação).
Posto isto, a partir de amanhã ocupar-me mais em profundidade das eleições autárquicas de 2013, começando pela entrevista de Miguel Relvas à "Gazeta das Caldas".

sábado, 28 de abril de 2012

As eleições de 2013, a entrevista de Miguel Relvas e a hora dos independentes

Está na hora de os cidadãos independentes começarem a pensar nas próximas eleições autárquicas. Esta entrevista do ministro Miguel Relvas à "Gazeta das Caldas" tem elementos úteis para uma reflexão e o movimento encabeçado por Teresa Serrenho (o MVC) tem a obrigação cívica de dinamizar o tema no concelho, na cidade e fora dela.
Voltarei ao assunto (com a análise da entrevista.)

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Com as calças na mão

É o que se costuma dizer de quem, como o vereador e putativo candidato a candidato à Câmara das Caldas Tinta Ferreira, ficou assim, no gesto interrompido, como o mostrou a "Gazeta das Caldas" com sentido de oportunidade:

"... Perante estas circunstâncias, vou voltar a colocar e hão-de vir cá funcionários da Câmara!

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Turismo do Oeste nunca promoveu a Foz do Arelho

É o que diz o presidente da Junta de Freguesia da Foz do Arelho, Fernando Horta, ao "Jornal das Caldas": "Uma campanha de divulgação da Foz é sempre bem vinda e a junta não tem capacidade de a fazer. Sou presidente da junta há seis anos e já contatei a região de turismo por várias vezes e nunca obtive qualquer resposta”.
Eu também nunca vi nenhuma promoção da praia da Foz do Arelho nas coisas que saem do Turismo do Oeste e esta observação, feita a propósito do final desta fase de dragagens e com a esperança de uma época balnear mais favorável, é suficientemente elucidativa para que se pergunte, mais uma vez, o que anda a fazer o ainda director do Turismo do Oeste e os seus entusiásticos apoiantes das Caldas.
Para que serve uma defesa tão assanhada dessa coisa sem préstimo que é o Turismo do Oeste aqui nas Caldas se ele nem liga - como a maior parte da elite citadina do concelho - às verdadeiras potencialidades turísticas da região?

O cancro das juntas de freguesia

As juntas de freguesia e as assembleia de freguesia, que reproduziram a lógica da democracia parlamentar a nível nacional, serviram, depois do 25 de Abril, para aproximar o poder local (uma terminologia de contra-poder inventada pelos comunistas) das populações. Adeus, regedores e caciques locais da ex-União Nacional. Os novos servidores do povo, renovados e legitimados por eleições em regra livres, iriam pôr directamente a política ao serviço do povo.
Esta perspectiva era, e em parte ainda é, positiva.
Os cidadãos mais cultos, mais hábeis, mais "desenrascados", mais sábios e com melhores apoios partidários puderam ocupar paulatinamente esses órgãos, nomeadamente as juntas de freguesia, e "trabalhar" com o povo. O problema é que não o deviam fazer sempre mas, por um lado, em muitos casos não havia quem estivesse disposto a substituí-los e, por outro, embora os ganhos directos fossem reduzidos, o cargo de presidente da junta garantia maiores e mais vastos conhecimentos e... mais negócios.
Com um regime de incompatibilidades muito elástico, os presidentes das juntas de fregusia - sejam canalizadores, advogados, empresários ou funcionários públicos -ganham em notoriedade e, sempre, em clientes, a cada momento ou para o futuro. E se a essa capacidade puderem associar uma boa capacidade de acesso aos órgãos e aos serviços municipais... então é como se lhes saísse a sorte grande.
O exercício potencialmente perverso destas pequenas e médias traficâncias de influências e corrupções pode ser contrariado, ou quase combatido, pelo regime de limitação de mandatos. Mas talvez seja mais eficazmente combatido com a redução do número de freguesias e o alargamento da base territorial (e naturalmente social, económica e cultural) das respectivas freguesias.
Quebrado o isolacionismo e o controlo quase feudal das populações, o escrutínio democrático dos presidentes das juntas torna-se mais fácil e mais directo e a capacidade de intervenção das autoridades policiais melhora.
A redução do número de freguesias é uma medida de inegáveis efeitos positivos em termos de gastos do Estado e as populações e os autarcas honestos deviam estar já a preocupar-se sobre a maneira de adequar os interesses legítimos de cada região a essa reorganização.
Os presidentes das juntas de freguesia que têm mais a temer, e que olham para cargos eleitos como se fossem coisa sua (sendo levados a praticar, muito objectivamente, o crime de peculato), é que não fazem mais do que protestar e de berrar histericamente contra a iminente perda de todos os seus privilégios.
Que, repete-se, só são seus por delegação do voto constitucionalmente soberano das populações.
Estes presidentes de junta transformaram-se em cancros que têm de ser removidos e é natural que o seu afastamento, por efeito da limitação de mandatos ou da redução do número de freguesias por castigo político, permita também descobrir os motivos que os fazem agarrar-se aos seus "tachos" com unhas e dentes.

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Duas oportunidades de progresso para o interior

O interior do País, onde obviamente a crise também chega, vive, não obstante, uma época de oportunidade e a dois níveis.
Um deles é o turismo. E esta é, talvez, a maior e a mais lucrativa indústria que Portugal pode ter.
A costa de mar, o tempo ameno, o sol, os campos e as florestas do interior, a gastronomia, o património histórico e as manifestações culturais são elementos que, harmonizados e valorizados, podem atrair o turismo externo e interno e gerar riqueza, nacional e regional, e emprego.
Para isso é necessário perceber bem o que existe para mostrar e oferecer, promover, dar a conhecer, pensar que são turistas dignos tanto os jovens de mochila como os séniores que procuram o golfe e os empreendimentos megalómanos e os blocos de apartamentos à moda do Algarve não são o que querem ver os turistas que têm maior mobilidade e, por vezes, dinheiro para gastar sem grandes problemas.
Não é com birras regionalistas de sultões e caciques locais ou com os olhos cravados nas pedras das ruas sujas da cidade que se progride neste domínio. O futuro não é isso.
A outra oportunidade é a migração para o interior.
Com as condições de vida mais degradadas e mais caras nas maiores cidades e nos seus subúrbios (sobretudo em Lisboa), o interior oferece hoje, para residir em definitivo ou como habitação temporária, possibilidades muito razoáveis de melhoria da qualidade de vida e, em numerosos casos, oportunidades de emprego. Em tudo o que há por fazer a nível da oferta turística e porque mais residentes significam maior consumo de bens e de serviços locais.
Desde as lojas da cidade aos supermercados, passando pelas lojas de produtos alimentares e de outros bens de primeira necessidade das freguesias e pelas empresas de serviços do sector da construção, todos têm a ganhar com os novos residentes.
Mas para que tudo isto possa acontecer é necessário que as mentalidades se alterem. Politicamente, socialmente e culturalmente.
Os órgãos locais, das câmaras às juntas de freguesia, têm de criar condições para acolher os novos residentes, para lhes dar a conhecer as realidades de cada região, as suas potencialidades e os seus pontos mais interessantes, os serviços que prestam e os elementos sobre os quais podem fornecer sugestões e conselhos. Sem gestos de hostilidade, sem exigir que os recém-chegados aceitem à viva força as tradições de cada comunidade que, muitas vezes, nem sequer lhes são apresentados.
Não basta, por exemplo, lançar às casas os miúdos da freguesia a pedir dinheiro para uma festas que terão começado por ser religiosas sem dar em troca um folheto que explique o que são e o que integram essas festas. E não é sequer normal que se berre a quem manifesta as suas dúvidas sobre algumas práticas vagamente sectárias que se deve ir embora porque "quem está mal muda-se".
Os novos residentes, em interacção com os residentes originais, contribuem sempre positivamente para o rejuvenescimento e para o progresso das regiões mais isoladas. Quando os seus naturais se consideram proprietários das vias de acesso, do ar, do sol e até do mar o estão a condenar-se a eles próprios e às suas famílias a um futuro sombrio.