A "Gazeta das Caldas" e o "Jornal das Caldas" reflectem, à sua maneira, a perspectiva exclusivamente urbana das elites caldenses - o que se passa na cidade é que é importante; a realidade exterior à cidade é uma coisa de outro país.
Há uma semana, o "Jornal das Caldas" publicou uma carta de uma residente na Tornada (que comentámos aqui) sobre as rupturas na rede de distribuição de água, da responsabilidade dos Serviços Municipalizados. A situação é geral, acontece quase todos os dias em toda a região não urbana, e tem a ver com a total ausência de investimento na manutenção e na renovação das infraestruturas. Seria natural que o jornal que dá espaço a uma questão destas desenvolvesse o assunto. Pelo menos, pondo os seus repórteres no terreno, a bater à porta dos moradores a perguntar se falta e quando a água (e a electricidade também, já agora) e a questionar os Serviços Municipalizados. Não foi o que aconteceu (o que justificou esta nota).
A "Gazeta" afina pelo mesmo diapasão. No período das eleições autárquicas faz, e bem, entrevistas-padrão aos presidentes cessantes das Juntas de Freguesia. Mas não dá voz aos residentes, não precede as entrevistas de um levantamento dos problemas das freguesias.
Semana após semana, a cidade é a figura principal dos dois jornais. Que também vivem de costas voltadas para o resto do concelho, embora às vezes ainda espreitem por cima do ombro...
sábado, 29 de janeiro de 2011
Um concelho, duas realidades (2): os jornais
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