quinta-feira, 31 de março de 2011

Mais um bom exemplo que vem dos CTT: o administrador que falseou o CV

Na empresa dos que ganham um "subsídio de incómodos" para trabalhar e que nos incomodam com a sua incompetência e as suas birras, havia um administrador que, inovando no exemplo dado pelo ainda primeiro-ministro, falseou o seu "curriculum vitae". "Estava convencido" de que era licenciado, disse ele. O diploma deve sair num destes domingos...
A história é contada pelo jornal "i":
«O administrador dos CTT Marcos Baptista, ex-sócio do secretário de Estado Paulo Campos e por este nomeado, adulterou o currículo, afirmando ser licenciado pelo ISEG, como consta no despacho de nomeação publicado em Diário da República. O curso não foi concluído, apurou o i, não tendo Marcos Baptista completado as cadeiras suficientes para concluir uma licenciatura pós Bolonha, caso o curso tivesse sido realizado após a entrada em vigor deste acordo comunitário.
Na sequência da investigação, o i procurou esclarecer o assunto junto do administrador durante o dia de ontem, sem sucesso. Hoje, Marcos Baptista suspendeu o mandato na administração da empresa pública, alegando “razões pessoais” e mostrando-se “surpreendido por dúvidas” sobre a sua formação académica. “Devo referir que sempre estive convencido que o meu percurso académico com 8 anos de frequência universitária e elevado número de cadeiras concluídas, em mais do que um plano de estudos curriculares, correspondesse a um curso superior à luz das equivalências automáticas do Processo de Bolonha. Solicitei, por isso, hoje ao ISEG a devida avaliação curricular”, referiu no comunicado interno que enviou aos trabalhadores.»
Oito (8) anos para este belo mijarete?!...

O limpa-chaminés que mora na rotunda

Na Rotunda da Expoeste (será este o nome dela) mora, há anos, um veículo automóvel que anuncia o serviço de um limpa-chaminés que até já tem ervas por baixo, como se fosse um veículo abandonado. Será?

quarta-feira, 30 de março de 2011

Idiotas ao volante e perigo sobre rodas

A Rodoviária Tejo tem ao seu serviço um autocarro com a matrícula 41-GO-66 que, registado em Portugal em 2008, foi fabricado em 1999. Não se sabe de onde veio, com quantos quilómetros, se ainda é utilizado para transporte de passageiros. Pode ter muitas inspecções feitas mas... é seguro?
Não é, à partida, se for conduzido por quem o conduzia hoje, por volta das 15 horas.
Entre a rotunda da Expoeste e a saída para a A8 (sentido Lisboa), o condutor deste veículo ocupou sem a menor cerimónia duas faixas de rodagem, saltitou de faixa para faixa sem fazer sinal e, na saída para a A8, nem avisou que ia voltar.
Estaria a fazer, digamos assim, a digestão do almoço?...

terça-feira, 29 de março de 2011

Privatizem os CTT, por favor!

O problema dos CTT só se resolve com uma lógica de empresa privada: quem não trabalha, é despedido.
E não me importo de pagar mais para ter a garantia de que a minha correspondência é entregue a tempo e horas.

Vodafo**-se!!!

É o que apetece dizer quanto à falsa banda larga (?!) móvel da Vodafone...

CTT: ronha, greve, birra, "incómodo"? Venha o Diabo e escolha...

Há mais de uma semana, dávamos conta aqui (segundo notícia da "Gazeta") de um atraso na distribuição da correspondência por parte dos CTT, que implicava o bloqueio de 89 mil cartas por distribuir, por reacção dos carteiros a uma mudança no seu horário de trabalho.
Já recebi alguma correspondência, entretanto, mas dou pela falta de correio que costumo receber regularmente. E ontem, segunda-feira, como acontece também com regularidade, não houve distribuição de correspondência onde resido.
Não se consegue perceber se o que está na origem desta inaceitável situação é birra, ronha, greve, a chatice de terem de trabalhar, segundos empregos ou mesmo terceiros, pura e simples incompetência ou seja lá o que for.
E é significativo que o pessoal dos CTT não se importe. O que também revela a qualidade, e a quantidade, do seu brio profissional...

domingo, 27 de março de 2011

Sessões públicas sobre o Plano de Pormenor da Estrada Atlântica

Segundo me informa um anónimo, há amanhã às 21 horas uma apresentação do Plano de Pormenor da Estrada Atlântica no Centro Cultural e Recreativo da Serra do Bouro. Já houve outra na passada quinta-feira na Foz do Arelho, segundo a mesma informação. O leitor anónimo não indica quem promove estas sessões.

Música na Biblioteca

O acaso levou-me ontem à Biblioteca, onde me deparei com uma sessão cultural em que cantava um coro bem afinado, e de boas vozes, do Conservatório de Música de Caldas da Rainha. A sessão, organizada pela associação Comunidade de Leitores das Caldas da Rainha, era dedicada ao Dia Mundial da Poesia. Não fiquei para o resto do programa mas o coro infantil impressionou-me muito favoravelmente. Parabéns a quem consegue fazer estas coisas!

sábado, 26 de março de 2011

O "D. Alentejana" existe, está mais perto e é mesmo bom

A "Gazeta" (sem link) deu-me ontem uma boa notícia: o restaurante "D. Alentejana" existe mesmo e está agora mais perto, no Coto. Confirmei-o e recomendo-o.
Já tinha ouvido falar deste restaurante de comida alentejana, aberto em Vale Maceira à beira da estrada da Tornada, mas, tendo por lá passado, deparei-me apenas com um snack-bar de aspecto pouco convidativo. O "D. Alentejana" estava escondido por detrás desse estabelecimento mas nada o fazia supor.
Agora está melhor situado, na Rua Principal do Coto, bem visível e com boa apresentação. E é de facto bom o que lá se come (e bebe, que também é bem bom o tinto servido a jarro), com uma carta de doces absolutamente notável, um espaço simpático e um serviço muito correcto.
A recomendação faz-se sem reticências e com uma ligeira chamada de atenção para as doses que, sendo fartas, me parece poderem dar para pessoa e meia.
Não dispondo de site, fica o número de telefone para os eventuais interessados: 914437656. Vão e desfrutem!...

sexta-feira, 25 de março de 2011

Os investidores sem rosto do Plano de Pormenor da Estrada Atlântica (conclusão): muitos euros, pouca transparência

Seria normal que os promotores do projecto turístico do Plano de Pormenor da Estrada Atlântica (que ainda nem parece ter nome, apesar de ter sido conhecido em alguns meios como “Rainha Golf and Spa”) já estivessem na praça pública, mostrando à população e às autarquias o que vão fazer. Até porque hão-de precisar de atrair clientes para o golfe, para o hotel, para os apartamentos e para as moradias.
Mas não é isso que acontece. As várias entidades envolvidas não aparecem. Não se conhecem. Como demonstrámos, não têm rosto. Só têm dinheiro – ou, pelo menos, é o que fazem crer. É estranho.
Tal como é estranho que a única pessoa que dá o rosto o faça em circunstâncias no mínimo discutíveis.
O representante dos investidores é um advogado, Álvaro Baltazar Jerónimo, inscrito na Ordem dos Advogados. Não é conhecido impedimento ao seu exercício da advocacia. Pode, em tribunal, acusar e defender inocentes e culpados. Pode representar quem a sua consciência disser que pode representar e cobrar os seus honorários pela tabela que ele próprio definir. Mas a sua condição de representante, porta-voz, negociador, procurador ou seja lá o que for dos investidores que querem ocupar os 275 hectares de terreno das freguesias da Foz do Arelho e da Serra do Bouro é do mais controverso que há.
E tudo porque Álvaro Baltazar Jerónimo é presidente eleito (embora por uma minoria) da Junta de Freguesia da Serra do Bouro.
Ou seja: este advogado representa, em simultâneo, os investidores na freguesia da Serra do Bouro e os residentes da Serra do Bouro. E, como presidente da Junta de Freguesia que é por inerência membro da Assembleia Municipal, mantém uma relação privilegiada com a entidade – a Câmara Municipal - que vai autorizar os seus clientes a construir numa zona onde mais ninguém pode construir.
Não é eticamente aceitável que o único representante conhecido dos homens sem rosto dos 300 milhões de euros mantenha, em simultâneo, funções autárquicas.
Nem é vantajosa, sequer, para nenhuma das partes. Poderão os promotores deste projecto, quando estiver aprovado pelos serviços camarários, garantir que ele o foi aprovado por mérito próprio e não por terem um autarca como seu representante? E o advogado Álvaro Baltazar Jerónimo pode deixar que se instale a dúvida sobre a possibilidade, circunstâncias destas, de ser mais relevante como autarca do que como jurista?
A situação acarreta um evidente conflito de interesses.
E depois: que acontecerá se os residentes na freguesia da Serra do Bouro entrarem em conflito com os promotores e/ou investidores do Plano de Pormenor da Estrada Atlântica? E se levarem esse conflito à Assembleia de Freguesia? E à propria Junta de Freguesia? Que interesses defenderá Álvaro Baltazar da Silva Jerónimo numa situação desta natureza?
E qual será a posição de Álvaro Baltazar Jerónimo, se um residente da Serra do Bouro quiser construir na zona onde ninguém, com excepção da Claremont e da New World Investments, pode construir? Defenderá Álvaro Baltazar Jerónimo os interesses de um residente na freguesia da Serra do Bouro com o mesmo denodo com que defenderá os interesses da Claremont ou da New World Investments?
O processo que conduziu ao Plano de Pormenor da Estrada Atlântica nasce inquinado pela falta de transparência e cobre-se de nuvens ainda mais sombrias perante uma situação desta natureza.
Os 30 dias definidos para a discussão pública do projecto terminam na próxima semana. Este blog tentou – de forma razoável, com base em factos e sem especulações que seria fácil fazer – dar o seu contributo para um debate que tem sido tudo menos público. E não pode deixar de tirar uma primeira conclusão: a aprovação do Plano de Pormenor da Estrada Atlântica e do seu empreendimento urbanístico não é, nestas circunstâncias, saudável.
Este projecto tem muitos euros mas pouca transparência.
Voltaremos ao assunto.

quinta-feira, 24 de março de 2011

Os investidores sem rosto do Plano de Pormenor da Estrada Atlântica (4)

Há um site (aqui) sobre as actividades imobiliárias ligadas ao turismo que fornece informações interessantes sobre a “Silver Coast” (“Costa de Prata”), designação abrangente para a Região Oeste.
O site é animado por alguém que tem só o nome de David e que, sugerindo que sabe mais do que diz, responde a perguntas dos seus visitantes. E, em 11/09/2008, Jorge perguntou a David: “Tem mais informações sobre o resort que está a ser planeado para a Foz do Arelho?”
E David respondeu: “O Rainha Golf estava na fase final de aquisição de terras há alguns anos mas como muita da terra era de pequenas propriedades que pertenciam a pessoas que tinham emigrado, e que até já poderão ter morrido, estava a ser difícil identificar os actuais proprietários de alguns dos terrenos da Serra do Bouro (...) Um advogado que representa o projecto, Álvaro Baltazar da Silva Jerónimo, tem estado ocupado a tentar contactar algumas dessas pessoas. Ele é membro da Assembleia Municipal de Caldas da Rainha.”
Em 31/10/08, David respondeu a Graciano: “se precisar de uma localização mais rigorosa para este empreendimento, pode obter algumas ideias no PDM de Caldas da Rainha, que está disponível na câmara local. Se não for o caso, talvez do advogado Álvaro Baltazar da Silva Jerónimo, que tem estado ocupado a tentar ocupar algumas das pessoas proprietárias das terras. É membro da Assembleia Municipal.”
Em 9/02/2010, Joe comunica a David: “Mr. Baltazar e eu temos estado a negociar propriedades que possuo onde o campo de golfe ficará localizado. Recentemente, tenho estado a tentar encontrar uma fonte de informação que me possa dizer quais eram os valores das propriedades em 2003 e em 2006. Isto pode parecer bastante invulgar mas tenho uma razão para o fazer.”
O site não indica, talvez por David não perceber a relevância da estrutura autárquica portuguesa, que Álvaro Baltazar Jerónimo é membro da Assembleia Municipal por ser presidente da Junta de Freguesia da Serra do Bouro. E foi no seu escritório que nasceu a New World Investments (Portugal).
Mais recentemente, a “Gazeta das Caldas” dá mais algumas informações sobre a ligação de Álvaro Baltazar Jerónimo ao projecto, atribuindo-lhe também funções de representação da Claremont portuguesa.
Apesar disso, e como presidente da Junta de Freguesia, o advogado aponta possíveis “contrariedades” para a população que o elegeu presidente, adiantando que “as pessoas da freguesia se encontram 'relativamente cépticas' porque há muito tempo que se fala da construção deste empreendimento. Contudo, destaca que se trata de mais um passo para que este, daqui por algum tempo, se venha a concretizar. [Baltazar] refere ainda que uma das suas preocupações e de grande parte da população, era a de ali se criar uma zona exclusiva, fechada, como acontece nos resorts do Bom Sucesso. Contudo, das conversas que [ele] teve com a equipa projectista, considera que a acessibilidade está salvaguardada, até porque está prevista a manutenção dos percursos existentes e a criação de caminhos pedonais e ciclovias.”
Aparentemente não existe incompatibilidade entre a função de presidente da Junta de Freguesia da Serra do Bouro (que, segundo a “Gazeta”, até é proprietária de quatro hectares de terreno) e a de representante e advogado dos investidores no empreendimento imobiliário que vai ocupar parte significativa da freguesia da Serra do Bouro.
Aliás, Álvaro Baltazar da Silva Jerónimo continua a exercer a sua profissão enquanto presidente da Junta de Freguesia e foi este blog a publicar o facto curioso de ser também representante da empresa brasileira Eurocasa (aqui), do Rio de Janeiro, que presta serviços de aconselhamento jurídico a brasileiros no seu país de origem e em Portugal (legalização). O site da Eurocasa é ilustrado com imagens de imóveis e moedas de euro, que enfeitam a fotografia de Álvaro Baltazar da Silva Jerónimo.

Amanhã: Muitos euros e pouca transparência no Plano de Pormenor da Estrada Atlântica

quarta-feira, 23 de março de 2011

Os investidores sem rosto do Plano de Pormenor da Estrada Atlântica (3)

O projecto de empreendimento turístico para o Plano de Pormenor da Estrada Atlântica, que envolve um investimento de 300 milhões de euros para alterar todo o actual perfil de 275 hectares de uma zona natural que não era urbanizável, envolve também alguns parceiros nacionais.
Um deles é a empresa Plural - Planeamento Urbano, Regional e de Transportes, Lda. Fundada em 1990, apresenta-se no seu site como empresa de estudos e projectos, desenvolvendo a sua actividade “nas seguintes áreas de especialização principais”: ordenamento do território, urbanismo, arquitectura, planeamento estratégico e desenvolvimento regional e local e ambiente.
Tem sede em Carcavelos, nos arredores de Lisboa (numa moradia da qual só se vê o primeiro piso com janelas fechadas no site). No site existem “notícias” sobre alguns projectos aprovados e links para vários outros. É matéria sobre a qual existe bastante informação, tal como sobre os seus clientes.
Que são muitos: 12 entidades da administração central e regiões autónomas, 70 autarquias (mas não Caldas da Rainha), 10 empresas de consultoria e projecto e 80 “outras entidades”. É entre estas que figura a New World Investments (Portugal), uma das duas empresas que canalizam os investimentos de 300 milhões de euros para o projecto das Caldas.
Mas se até aqui a informação sobre a Plural é abundante, ela fica rarefeita quando procuramos saber quem são. Há um “perfil” da empresa, há uma “gerência”, há um “corpo técnico” e, até, um organigrama. Mas não se encontra um único nome, um único rosto, um único perfil, um único currículo. Apesar de os seus negócios envolverem mais de centena e meia de clientes, os dirigentes da Plural mantêm um anonimato peculiar. Não sabemos quem são.
E, no caso do projecto para o Plano de Pormenor da Estrada Atlântica, apesar da sua dimensão, também permanecem desconhecidos. Não fogem à regra que, como vimos, caracterizam a New World e a Claremont.
Quem, no entanto, se mostra sem complexos é outro dos parceiros nacionais daquilo que já apareceu com o nome de Rainha Golf and Spa Resort. Dele falaremos amanhã.

Actualização - Um comentário (publicado no respectivo espaço) traz-nos uma informação pertinente, que agradecemos: "(...) a Plural é apenas uma empresa prestadora de serviços na área da arquitectura e do urbanismo, tendo sido contratada em 2006, pela New World Investments (NWI) para elaborar o Plano de Pormenor da Estrada Atlântica/Foz do Arelho, no âmbito de uma parceria estabelecida entre esta empresa e a Câmara Municipal.
A Plural é uma empresa com um currículo assinalável no meio em que exerce a sua actividade, conta com uma vasta equipoa de colaboradores e é liderada pelo Arq. Luís Rebolo. Na altura desta contratação e até Maio de 2008, todo este processo foi liderado por Denis O'Sullivan, na qualidade de Administrador da NWI."

terça-feira, 22 de março de 2011

Os investidores sem rosto do Plano de Pormenor da Estrada Atlântica (2)

O projecto da Estrada Atlântica já tem vários anos e o motivo sempre invocado para o seu atraso tem sido a variedade de proprietários de terrenos na área envolvida. Mais recentemente houve rumores de desentendimentos entre as duas empresas-mãe das modestas empresas nacionais que parecem ter como fim canalizar o investimento para os 300 milhões de euros necessários à transformação dos 275 hectares onde, até agora, nada se podia construir.
Mas se houve desentendimentos, eles terão sido sanados. A urbanidade britânica dos representantes dos investidores parece ter resolvido o problema. Na alta finança não há lugar a questiúnculas quando estão em causa tantos milhões. Até porque eles também não têm rosto.
As empresas-mãe são, como ontem vimos, a Claremont Silver Coast Properties, Ltd. e a New World Investments, Ltd.
A primeira tem sede em Londres e é uma empresa imobiliária. A segunda tem uma carteira de investimentos mais diversificados. Tem sede em Acra, no Gana, e é um instrumento financeiro do trust da família Baden Powell. O Gana, a antiga Costa do Ouro, foi uma colónia inglesa que um dos Baden-Powell submeteu pela força. A família Baden-Powell tem uma presença muito forte neste país africano.
Mas a Claremont e a New World Investments não estão sozinhas no projecto que já parece ter nome definitivo (Rainha Golf and Spa Resort). Há um outro grupo, também inglês, associado ao projecto.
Trata-se do grupo Obrana, que já remodelou e reconstruiu empreendimentos de luxo em Portugal. Ao contrário das outras duas empresas, o grupo Obrana tem um site (http://www.obranagroup.com) com bastantes informações sobre a empresa, incluindo as áreas geográficas em que trabalha (e que vão de Caldas da Rainha até Santiago do Cacém, passando pela Lourinhã e por Lisboa). Com colaboradores portugueses com rosto e escritórios no nosso país, o grupo Obrana tem uma representante de apelido Baden-Powell no seu escritório de Londres e uma ligação estreita ao trust da família Baden-Powell.
No que se refere ao projecto da Estrada Atlântico, o grupo Obrana declara-se “consultor e parceiro” no “Rainha golf and country club” previsto para a “Atlantic Road”, integrando nos seus “clientes e parceiros” o empreendimento designado por Rainha Golf Resort.
A actividade do grupo Obrana, nesta matéria, parece ser paralela à da empresa portuguesa Plural – Planeamento Urbano, Regional e de Transportes, Lda.
Da vertente portuguesa do projecto da Estrada Atlântica ocupar-nos-emos a seguir.

segunda-feira, 21 de março de 2011

Os investidores sem rosto do Plano de Pormenor da Estrada Atlântica (1)

O complexo turístico previsto para os 275 hectares da área nunca urbanizada delimitada pela Estrada Atlântica e pelas freguesias da Serra do Bouro e da Foz do Arelho com a designação de Rainha Golf and Spa Resort tem um custo de investimento previsto de 300 milhões de euros mas as duas empresas portuguesas, a Claremont e a New World Investments, que nele vão investir têm uma dimensão nacional muito discreta.
A Claremont Costa de Prata Developments Lda. é uma sociedade por quotas constituída em 23 de Novembro de 2009, com sede na Rua da Praça de Touros, nas Caldas da Rainha, com o modesto capital social de 5000 euros, o mínimo exigido por lei. Não tem empregados e indica como sócio-gerente Marc Finney, com uma participação de 100 euros no capital social, e, como gerente, Anthony Paul Laurent Jansen, este em representação da empresa-mãe. E esta empresa é a Claremont Silver Coast Properties, Ltd., que tem a quota maioritária de 4900 euros.
De maior dimensão em Portugal é a New World Investments (Portugal) – Sociedade de Administração de Imóveis. Foi constituída também em Caldas da Rainha mas em 1989 e é uma sociedade anónima que apresentou como capital social o valor de 208 mil euros.
O seu presidente é Roger Stanfield Salvesen Baden Powell que, tal como o vogal do conselho de administração Henry Edward Walter Baden Powell, representa a empresa-mãe, New World Investments. Esta empresa tem uma participação de 98 por cento no capital da empresa portuguesa, cabendo a um pequeno grupo os restantes dois por cento: Mark David Van Den Berg, o já citado Henry Edward Walter Baden Powell, Katherine Ann Sandeman McLaughlin e Dennis O'Sullivan.
Com uma quota de 832 euros, Dennis O'Sullivan já apareceu publicamente como presidente do Rainha Golf and Spa Resort em Outubro de 2006, a conversar com a vereadora Maria da Conceição Pereira.
A New World Investments (Portugal) – Sociedade de Administração de Imóveis tem como sede o número 16, r/c esquerdo, da Rua Engenheiro Duarte Pacheco, nas Caldas, e um só empregado.
Esta morada é a do escritório do advogado Álvaro Baltasar Jerónimo, o presidente da Junta de Freguesia da Serra do Bouro, que tem tido uma intervenção muito activa em todo o processo do complexo turístico da Serra do Bouro/Foz do Arelho.

Afinal, a cidade também se queixa da EDP!

Pensava que era só nas zonas rurais do concelho mas, afinal, a cidade de Caldas da Rainha também se queixa da EDP ("Falta de iluminação pública tem deixado Caldas da Rainha quase na penumbra"). Já não era sem tempo.

sexta-feira, 18 de março de 2011

89 mil cartas por distribuir por causa de uma birra sindicalista nos CTT!

Porque o horário de entrada mudou, das 6h30 para as 8 horas, o pessoal dos CTT deixou de fazer aquilo que devia fazer: entregar as cartas. E, por isso, há 89 mil cartas por distribuir nas Caldas. Oitenta e nove mil!
Conta-o a "Gazeta" aqui, citando Dina Serrenho, dirigente do Sindicato dos Correios e Telecomunicações (secção regional Oeste e Ribatejo), que dá um belo exemplo do que é o sindicalismo actualmente, defendendo a atitude dos funcionários em questão e desprezando, com a maior desfaçatez, o interesse do público que - convém sempe ter presente - está sujeito a estas grosseiras imbecilidades.
Como é que a própria empresa, os CTT, aceita este gesto de pura e simples birra que nem parece ter a cobertura de qualquer disposição da nossa bondosa legislação laboral?

Plano de Pormenor da Estrada Atlântica: os rurais não entram

A pequena reunião realizada pelo PS na Serra do Bouro (com relatos aqui e aqui) revelou um problema: a hipótese de o empreendimento funcionar como condomínio privado, ficando vedados os 275 hectares, é motivo de preocupação.
Compreende-se. Estamos a falar de uma enorme extensão que, hoje, ainda é de acesso completamente irrestrito e onde os forasteiros passeiam e muitos residentes nos arredores vão caçar em massa. E há quem defenda que as vias de acesso sejam públicas.
O natural, no entanto, é que não o sejam e que o futuro empreendimento vá funcionar como condomínio fechado. Ou seja: os rurais não entram.
É o que se passa no Belas Clube de Campo, nos arredores de Lisboa, e no Bom Sucesso, em Óbidos. E não será muito lógico que isso não aconteça: com campo de golfe numa extensão tão grande, lagos e habitação e decerto que alguns serviços, o natural é que vedem todo o terreno. De que outro modo garantiriam a tranquilidade dos que lá quiserem viver, jogar e fazer férias?
Era bom que os locais o percebessem e que todos os intervenientes fossem bem claros nisto, para evitar surpresas.

Plano de Pormenor da Estrada Atlântica: a "Gazeta" fez bem

Fico satisfeito, como leitor, por a "Gazeta das Caldas" ter seguido a sugestão que aqui apresentei e ter alargado o espaço informativo sobre o Plano de Pormenor da Estrada Atlântica, como se pode ver aqui. Agora convinha que também explorasse melhor aquilo que já publicou...

quinta-feira, 17 de março de 2011

Quem são os investidores no complexo turístico do Plano de Pormenor da Estrada Atlântica?

São 300 milhões de euros de investimento para 275 hectares de terreno, numa zona onde não se podia construir e cujo perfil vai ser radicalmente alterado – esta dimensão do complexo turístico previsto para ser coberto pelo Plano de Pormenor da Estrada Atlântica deveria ser suficiente para que se soubesse mais sobre quem se decide a investir desta maneira.
Infelizmente não é o caso.
Por isso, o blog O das Caldas vai divulgar a(s) face(s) oculta(s) deste projecto.
A partir de segunda-feira, dia 21 de Março.

Plano de Pormenor da Estrada Atlântica: começam as dúvidas...

Através do "Jornal das Caldas" (sem link, pelo menos por enquanto), fica-se a saber que a população da Serra do Bouro, pelo menos a que foi ao encontro do PS sobre o complexo turístico previsto para a Estrada Atlântica, tem dúvidas: sobre a capacidade de a rede de água servir o empreendimento e a população ao mesmo tempo, sobre o facto de agora se poder construir uma coisa destas mas casas é que não, sobre o encerramento de toda a zona e das vias e acessos. A notícia não diz se alguém esclareceu as dúvidas da população nem se o presidente da Junta de Freguesia, ou alguém por ele, foi ao encontro.

quarta-feira, 16 de março de 2011

terça-feira, 15 de março de 2011

Eles não governam, governam-se

Isto é tudo deles.

Os recenseadores dos Censos andam no terreno? Ainda não vi nenhum...

Garantiu a "Gazeta das Caldas" que os recenseadores dos Censos 2011 "andam no terreno" a distribuir os papéis da coisa desde há uma semana. É possível que andem. Mas não sei em que terrenos. Porque ainda não vi nenhum, nem no meu terreno, nem nos terrenos dos meus vizinhos nem por perto. E, cá por mim, não andam a distribuir papéis. Andam é aos papéis...

Rotundas - e se as limpassem?

São poucas as rotundas onde a vegetação nas suas vias de entrada, ao acaso ou por obra de qualquer arquitecto paisagista com uma licenciatura de domingo, cresceu de tal modo que tapa a visibilidade aos condutores. E se a Câmara as mandasse limpar?

Mais um desvario do governo do PS de Sócrates

Quem quiser frequentar um ginásio ou fazer natação regularmente ou pôr os filhos numa destas actividades desportivas tem de pagar 23 por cento de IVA sobre o serviço efectivamente cobrado. Ou seja, 23 euros em cada 100 euros, quantia que reverte para o Estado (e para quem dirige o Estado).
Frequentar o ginásio ou a natação custará 123 euros.
Quem quiser jogar golfe tem de pagar 6 por cento de IVA sobre o serviço efectivamente cobrado. Ou seja, 6 euros em cada 100 euros, quantia que reverte para o Estado (e para quem dirige o Estado).
Jogar golfe custará 106 euros.

domingo, 13 de março de 2011

"Um buraco não é para tapar, é para se ir tapando de vez em quando"

No "Correio dos Leitores" da "Gazeta", um belo texto crítico de um leitor, José Prata, sobre o estilo de trabalho do pessoal dos Serviços Municipalizados, a propósito dos buracos da cidade e de uma ruptura na canalização pública:
"Não havia um só sinal de obras. de embargo de via, ou de desvio. O respeito pelas pessoas ou por quem tinha necessidade de por ali circular era totalmente inexistente, pelo menos por parte do motorista do camião. Os poucos carros que entretanto arriscaram por ali passar, só quase que por milagre não riscaram outros. Um deles, ainda roçou na pá da escavadora, precisamente no momento em que uma sapata afundou. A mesma teve que mudar de sítio e deu então para ver a maravilhosa forma como se trabalha nos Serviços Municipalizados das Caldas: no local do rebentamento do cano e onde o terreno cedeu com a sapata da retro, pasme-se, viu-se à saciedade, que foi o alcatrão posto anteriormente naquele local que foi aguentando com o movimento e parqueamento temporário dos carros. É que havia um enorme vazio (oco) de um metro de largo por mais de um metro de comprido e um palmo de altura, porque o terreno não fora compactado (...)"
É de ler.

Uma proposta aos jornais das Caldas sobre o Plano de Pormenor da Estrada Atlântica

Tendo o empreendimento turístico a magnitude que tem, seria extremamente importante que a "Gazeta das Caldas", o "Jornal das Caldas" e o "Mais Oeste" abrissem as suas páginas à discussão do Plano de Pormenor da Estrada Atlântica, com depoimentos, inquéritos às populações, entrevistas aos promotores e aos autarcas e reportagens.

Uma pergunta essencial para o debate público sobre o Plano de Pormenor da Estrada Atlântica

Se o Ministério Público fizer uma averiguação preventiva do processo que levou à aprovação do projecto turístico do Plano de Pormenor da Estrada Atlântica, irá propor o arquivamento ou a abertura de um processo-crime?

A bolha especulativa do Plano de Pormenor da Estrada Atlântica

Já há terrenos à venda nas imediações da zona projectada para o empreendimento turístico da Estrada Atlântica. O preço das casas já edificadas à venda subiu de imediato, nos arredores. E há proprietários de terrenos e de antigas ruínas que já falam alegremente em construir. Como irá acabar isto?

sábado, 12 de março de 2011

16 notas sobre o Plano de Pormenor da Estrada Atlântica e o projectado complexo turístico

1 - Os pormenores do “Plano de Pormenor da Estrada Atlântica” encontram-se todos aqui, indicação importante dada pela edição de ontem da “Gazeta das Caldas”.

2 - Segundo a notícia da “Gazeta”, são 275 hectares na zona de serra que fica delimitada pela Estrada Atlântica, pela Variante Atlântica e pelas povoações de Espinheira, Zambujeiro e Cabeço da Vela. Haverá um campo de golfe, um hotel de cinco estrelas com 120 quartos e moradias e apartamentos turísticos que, no total, terão 3553 camas.

3 - O custo do empreendimento está previsto em 300 milhões de euros. Deverão ser criados 380 postos de trabalho directos e 750 indirectos. Não haverá construção (é campo de golfe, claro...) em 58 por cento da área total. O empreendimento deverá estar concluído em dez anos.

4 - Os investidores são as empresas Claremont Costa de Prata Developments Lda e a New World Investments (Portugal) – Sociedade de Administração de Imóveis, SA. Quem as representa e elaborou o projecto é a Plural – Planeamento Urbano, Regional e de Transportes, Lda. As duas primeiras têm escritórios nas Caldas e parecem ser empresas de investimento, apenas. As suas verdadeiras sedes devem ser noutro local. Quanto à Plural (com site aqui) tem muitas câmaras e outras entidades públicas como clientes e parece ser uma empresa de dimensão apreciável mas, estranhamente, não indica quem é a sua “equipa” ou quem dirige a empresa. Esta empresa sem rosto tem sede numa moradia de Carcavelos.

5 - A Câmara Municipal das Caldas da Rainha apresenta no seu site uma série de documentos relacionados com o projecto (que está em consulta pública até ao final deste mês). Os dois mais interessantes são, no entanto, os que mostram o empreendimento sobre o Google Earth e, por eles, já se fica com uma ideia da dimensão da coisa: são as “Plantas de Implantação” 01.1 e 01.2.

6 - A dimensão é, aliás, o que primeiro impressiona. E percebe-se, por estes documentos, que o empreendimento vai mudar radicalmente toda a face da zona de campo e de serra que existe actualmente junto à Estrada Atlântica. A dúvida é essencial: as construções vão ficar integradas no que restará da paisagem ou vamos ver construções monumentais à distância, tipo Algarve?

7 - A importância económica do empreendimento, para a região, pode ser apreciável. Mas também aqui se levanta uma dúvida: o que existe, de comércio, serviços e restauração, será efectivamente necessário aos hóspedes abonados do empreendimento? Ou bastar-se-á o empreendimento a si próprio, nessa matéria?

8 - Dando de barato que teremos uma afluência de milhares de pessoas vindas não se sabe de onde, o concelho conseguirá ter oferta turística, em todas as vertentes turísticas, para estes visitantes? Monumentos? Praias? Percursos? Restauração? Recordações históricas? Ou assistirá a uma debandada destes visitantes para Óbidos, que tem uma maior capacidade de atracção? Ou quererá ser tipo Algarve?

9 - E quem são esses visitantes?Quais são os potenciais clientes deste empreendimento? Em que países está a ser promovido? Vêm de avião e deslocam-se cem quilómetros para aqui quando têm Óbidos a oitenta quilómetros do aeroporto?

10 - O concelho está preparado, a outro nível, para suportar um empreendimento destes? A degradada rede pública de água e saneamento aguentará o esforço? E a rede eléctrica? A pedreira que existe perto do local vai conviver sem problemas com os visitantes de cinco estrelas?

11 - Com este empreendimento vai desaparecer a maior mancha florestal que até agora existia no concelho e que tem uma fauna muito própria. É certo que o desleixo de câmara e juntas de freguesia deixou que muitos locais desse pequeno santuário se transformassem em lixeiras. Mas, apesar disso, os animais iam sobrevivendo. Agora já não é certo.

12 - Os caçadores perdem um dos seus locais de massacre preferidos. Esta é a única vantagem que de imediato se percebe.

13 - E as povoações vizinhas vão aguentar o impacto de uma coisa destas? A própria Foz do Arelho e, pelo menos, as povoações de Zambujeiro, Espinheira e Cabeço da Vela arriscam-se a ficar sepultadas pelo gigantismo do empreendimento.

14 - E não sucederá que a aprovação deste empreendimento vá abrir a porta à aprovação de muitos outros projectos e de construções desenfreadas e descontroladas?

15 - E os seus construtores conseguirão assegurar a concretização do projecto do princípio ao fim? Ou ficará um elefante branco, monstruoso, para memória futura? É natural que o campo de golfe e o hotel nasçam primeiro e que as moradias para turistas só apareçam depois, à medida que houver compradores. Mas numa época de crise e longe de locais de reconhecida atracção turística, isto terá êxito?

16 - Perto da Variante Atlântica já existia, há vários anos, uma zona semi-urbanizada que se percebe ser parte deste projecto. Oficialmente, ele existe desde 2006 mas desde 2002 que se fala nele. A ausência de nomes e de rostos e o secretismo em que tudo se desenvolveu não augura nada de bom, sobretudo quando se verifica o empenhamento entusiástico dos actuais presidentes da Câmara e das juntas de freguesia envolvidas (Foz do Arelho e Serra do Bouro). Um projecto desta dimensão precisava de ser transparente. Não o é, no entanto.

Já chega

O "tsunami" português que foi o anúncio de novas medidas de "austeridade", ou de extorsão pura e simples, pelos ainda primeiro-ministro e ministro das Finanças, só mostra uma coisa: esta gente que, governando-nos, se governa tem de ser rapidamente corrida do poder.
Prefiro ser "sacrificado" por um governo digno, mesmo que haja uma intervenção externa (e o actual governo só não quer essa intervenção para não se descobrirem as suas trafulhices), do que por esta clique que viva em função de uma versão manhosa de um rei-sol de novo tipo que quer manter-se no poder a todo o custo.
José Sócrates chegou ao fim do seu prazo de validade institucional.

sexta-feira, 11 de março de 2011

Entusiasmos e maminhas

Portanto, o Carnaval foi uma alegria. Uma jovem da TVI veio mostrar os seus dotes peitorais e até tirou do sério o "Jornal das Caldas" e o presidente da Câmara, fascinados ambos pelo que hão-de ter conseguido ver de perto (como aqui se percebe). E quem também se mostrou entusiasmada foi a jovem que, além do "cachet", foi aspergida com balões de água, que a excitaram tanto que até desabafou: "“É muito bom ser rainha, já levei 30 balões de água em cima, mas não nos encolhemos, porque viemos apetrechados com três baldes cheios de balões de água e pistolas de água"!
Em Peniche é que a coisa correu mal: em vez de balões de água, houve um verdadeiro balde de água fria - a célebre professora Bruna, da "Playboy", desfilou... vestida. Uma verdadeira amiga de Peniche...
Para a próxima, venha às Caldas, "stôra", que Fernando Costa e o "Jornal das Caldas" agradecem!

quinta-feira, 10 de março de 2011

Terão nome, as rotundas?

Se não têm, deviam ter, por sistema. Uma já sei que é a do Lyon's Club, apesar de ser conhecida por "Rotunda do Modelo". Outra é conhecida por "Rotunda do MacDonald's". Outra, ainda, tem duas designações: "da Fonte Luminosa" e "dos Arneiros". E parece-me que ainda há a "dos Silos". Seria interessante que todas tivessem nome, ou número ou qualquer coisa que as identificasse. Tão inovadores que querem ser na câmara, bem que podiam pensar nisto. Terá Fernando Costa mais imaginação do que Fernando Ruas?

domingo, 6 de março de 2011

Misérias da Estrada Atlântica

A agradável extensão de estrada que liga a Foz do Arelho a Salir do Porto, com vista para a baía de São Martinho, e que permite apreciar uma grande parte da costa atlântica, avistando as Berlengas e mesmo Peniche, teve, em tempos, três restaurantes (um deles, bem simpático, era o Jotemar na sua versão inicial). E não é necessário dizer como isso era importante como pólo de atracção dessa zona da costa.
O Jotemar mudou de gerência e deixou-se degradar sob todos os pontos de vista. Ainda esteve com obras iniciadas (que bem precisava) mas tudo parece ter parado e, agora, fechou mesmo. Mais perto da Foz do Arelho, o Talefe já na prática tinha fechado ao público e a família que aí vivia foi-se embora. O que restava, a caminho de Salir do Porto, mudou várias vezes de nome (e de gerência), foi o enigmático CarMen's e é agora o não menos enigmático Secretus Bar.
O negócio da restauração está mau, em numerosos domínios, e é difícil, mas não impossível, atrair clientes e fixá-los, em especial quando o local (de acesso fácil, estacionamento sem problemas e quase vista para o mar, nestes três casos) a isso se propicia. Não haverá, no entanto, quem queira arriscar?
É o que não me canso de dizer: há que apoiar e ajudar os restaurantes que o merecem e não fazer "concursos de gastronomia" sem interesse público rigorosamente nenhum.

Uma laracha do senhor Mexia, da EDP

O azougado senhor Mexia, patrão da EDP, diz - segundo titula o semanário "Expresso", sem link - que "acabou o tempo do dinheiro barato e da energia barata".
Só pode ser uma laracha, feita a gozar com todos os que somos obrigados a contribuir para a sua felicidade salarial e para os principescos bónus que ganha apesar de não ter de fazer nada por isso.
Já todos sabemos que a energia é mesmo cara, cada vez que vemos a factura mensal com que a empresa dele nos presenteia e onde menos de metade é que paga a electricidade que verdadeiramente consumimos. E que o dinheiro está caro também o sabemos.
Tal como sabemos que, a ele, não o custa a ganhar...

sábado, 5 de março de 2011

Peçam para aquecer os restaurantes em vez de fazerem "concursos" manhosos

Fui ontem a um restaurante com "nova gerência", onde comi bem uma coisa bem confeccionada, onde a decoração não horroriza e onde o atendimento foi muito simpático. Mas não o cito porque teria de acrescentar uma coisa bem desagradável: o ambiente estava gélido. Não havia aquecimento ligado e o salão, amplo, estava bem exposto ao frio que vinha do exterior.
Esta situação é, infelizmente, frequente e, no Inverno, afasta muito boa gente de restaurantes com algum mérito. Compreendo, como consumidor, os problemas do consumo da electricidade (mas já não compreendo, como em alguns casos, lareiras que só servem para enfeitar) e a falta de vontade em manter a casa quente quando a perspectiva de clientes é pobre. Mas entrar num restaurante e não tirar sequer o agasalho com que se vem da rua... é desolador e só dá vontade de regressar lá para Abril ou Maio.
Mais do que "concursos" manhosos, seria muito mais útil que as entidades privadas, públicas, assim-assim e "Silvas" especializados em "priapos" sensibilizassem os restaurantes a criarem ambientes mais acolhedores. Que o vejam como mais um investimento: alguém está disposto, por bem que se coma, a ir para um restaurante em pleno Inverno onde faz frio como na rua?

A Justiça é, às vezes, demasiado cega... e os cidadãos também

A legislação penal portuguesa estipula a pena de multa, em vez de prisão efectiva, para certo tipo de ocorrências. E se o condenado não paga essa multa, deve cumprir a pena de prisão.
A regra geral é esta e aplica-se - como deve aplicar-se a justiça, que é representada como sendo cega para poder tratar toda a gente por igual - a uma multa de qualquer valor. A Justiça (como instituição) cumpre o que a legislação prevê. Mas se deve ser cega, não o deve ser o juiz que determina uma dada pena.
O caso do jovem de 22 anos de Peniche, levado à prisão para cumprir 69 dias de detenção porque não pagou os 312 euros de multa a que foi condenado (por ter pintado uma declaração amorosa numa parede de uma escola), é uma infelicidade a vários níveis.
Aceitando como condenável o acto, teria sido preferível encontrar uma situação (por acordo entre acusador e arguido, para começar?) em que o jovem tivesse de limpar a parede ou de prestar qualquer outro serviço à comunidade. Depois, talvez é excessiva condenação a prisão efectiva (por 69 dias!...) por ausência de pagamento de uma multa que, tendo um valor quase irrisório, é "compensada" por uma estadia relativamente desproporcionada atrás das grades.
Finalmente, talvez os pais e o próprio devessem ter percebido, ou alguém lhes devia ter explicado, que - por muito que não se concorde e havendo sempre, por difícil que seja, a possibilidade de contestar e de recorrer - uma multa ou outra sanção pecuniária imposta pelo Estado é sempre um mecanismo triturador inexorável.
E, pelo meio, seria interessante quanto custaram os actos processuais, incluindo o julgamento, que garantiu ao Estado uma "compensação" que já nem chegou aos 312 euros porque o jovem já passou alguns dias preso, antes de ser libertado depois de liquidado o valor em falta, depois de uma colecta por solidariedade.
Não se pode dizer que a história tenha acabado bem, porque todos os seus protagonistas andaram mal. A começar pela Justiça, globalmente falando, e a acabar no jovem que, com 22 anos, já tem idade para ter juízo.

"Mais Oeste", 1 - "Jornal" e "Gazeta", 0

Duas criaturas cujo único mérito parece ter sido o de estarem no mais recente "reality show" da TVI (o que deve ser uma coisa para o currículo...) vão ser os "reis do Carnaval" das Caldas, numa interessante articulação entre a empresa Braz Heleno e a Câmara Municipal.
A coisa parece ter entusiasmado, da mesma maneira, o "popular" "Jornal das Caldas" e a "intelectual" "Gazeta das Caldas", que dão a essa extraordinária aparição o destaque das suas primeiras páginas. O gratuito "Mais Oeste" é, surpreendentemente, mais sóbrio e dá aos admiráveis "reis" um espaço mais apropriado, destacando a ida de voluntários à prisão das Caldas para "animar" os reclusos.
A atenção que o "Mais Oeste" está a dar aos temas sociais faz-me gostar mais deste jornal.

sexta-feira, 4 de março de 2011

Um esclarecimento do "Jornal das Caldas"

Sobre o post anterior ("O 'Jornal das Caldas' faz censura"), recebi um esclarecimento do "Jornal das Caldas", de que transcrevo o essencial:

«O seu comentário está online e foi publicado na edição impressa na edição anterior do Jornal das Caldas, como até pode ver pelo seguinte link:
http://www.jornaldascaldas.com/index.php/2011/02/24/comentarios-as-noticias-na-internet-10/
Sugerimos que no seu próximo post e mail faça reflectir o seu engano no título, para algo do género: "Manguito das Caldas enganou-se, o Jornal das Caldas não fez censura".
Adiantamos que na edição online não aprovamos comentários abusadamente lesivos do nome dos visados, com insinuações graves ou contendo asneiras, ou não estando relacionados com as notícias em questão. E é bem possível que no meio de tanto comentário (note-se que não são todos publicados na edição impressa por falta de espaço) possa haver algum que escape. »

Fica feita a rectificação, com uma ressalva: não fica bem, de qualquer modo:
1 - publicar críticas a um comentário sem o publicar também;
2 - publicar um convite ao visado para "pegar no manguito e já agora num priapo e os guardar num certo sítio".
Por muito crítico que eu possa ser nunca recomendei a alguém, nem mesmo aos meus críticos mais idiotas, que metam um príapo nesse sítio que todos pensamos que seja...

O "Jornal das Caldas" faz censura

O "Jornal das Caldas" tem, na sua edição em papel, uma coluna onde reproduz comentários feitos on line às matérias que publica. É uma boa ideia. O que não é uma boa ideia é omitir um comentário e publicar dois comentários que são críticas ao comentário anterior.
No caso vertente (pode ver-se aqui, se não forem a correr esconder isto...), fiz um comentário desfavorável a um "concurso" de gastronomia. Fui criticado por três (?) pessoas ("José Augusto", "António Silva" e "Carlos S. Silva") e a edição impressa só publica as críticas que me são dirigidas, dos senhores "António Silva" e "Carlos S. Silva" (serão da mesma família?).
Que me chamaram "cobardolas", "ser desprezável" e não ter "coragem para dar a cara" e que ainda me convidam a pegar "no manguito e já agora num priapo e os guardar num certo sítio". Sem corrigir a incorrecção do senhor "Carlos S. Silva": não é "priapo" mas "príapo".
à omissão do meu comentário pelo "Jornal das Caldas" chama-se censura e o jornal tem direito de a fazer.
Talvez não perceba é que não pode impedir-me de ter, e publicar, aqui as minhas opiniões, críticas mas não ofensivas, com o anonimato claramente assumido e explicado e sem inventar "Silvas". E, já agora, com os acentos no sítio certo.