segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Um concelho, duas realidades (5): o turismo fica à porta

A cidade de Caldas da Rainha tem Bordallo Pinheiro e as faianças que ele inspirou, tem termas, tem gastronomia e produtos alimentares que ainda não têm o reconhecimento conveniente, tem a Escola Superior de Artes e Design, tem um monumental Centro Cultural e de Congressos que pode ter mais renome. E a sua periferia? Aparentemente, nada tem. A capital do concelho está, orgulhosamente, de costas voltadas para o resto da região.
As zonas de paisagem natural já têm a vocação de lixeiras, a costa atlântica e a sua magnífica vista vivem só da Estrada Atlântica, a praia da Foz do Arelho esteve à beira da destruição durante vários meses e quase ninguém se importou, as "docas secas" são um espectáculo miserável (recorde-se!), a Lagoa de Óbidos está cada vez mais seca, as estradas secundárias vão ficando reduzidas a picadas e continuam a deixar-se construir barracões que até podem ter resultado de processos muito legais mas que destroem, visualmente, as zonas onde nascem.
Enquanto os poderes públicos, os burocratas idiotas e as entidades privadas que podem beneficiar do turismo continuarem de costas voltadas para as áreas não-urbanas, é inútil pensar em fomentar o turismo na região.

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