O projecto da Estrada Atlântica já tem vários anos e o motivo sempre invocado para o seu atraso tem sido a variedade de proprietários de terrenos na área envolvida. Mais recentemente houve rumores de desentendimentos entre as duas empresas-mãe das modestas empresas nacionais que parecem ter como fim canalizar o investimento para os 300 milhões de euros necessários à transformação dos 275 hectares onde, até agora, nada se podia construir.
Mas se houve desentendimentos, eles terão sido sanados. A urbanidade britânica dos representantes dos investidores parece ter resolvido o problema. Na alta finança não há lugar a questiúnculas quando estão em causa tantos milhões. Até porque eles também não têm rosto.
As empresas-mãe são, como ontem vimos, a Claremont Silver Coast Properties, Ltd. e a New World Investments, Ltd.
A primeira tem sede em Londres e é uma empresa imobiliária. A segunda tem uma carteira de investimentos mais diversificados. Tem sede em Acra, no Gana, e é um instrumento financeiro do trust da família Baden Powell. O Gana, a antiga Costa do Ouro, foi uma colónia inglesa que um dos Baden-Powell submeteu pela força. A família Baden-Powell tem uma presença muito forte neste país africano.
Mas a Claremont e a New World Investments não estão sozinhas no projecto que já parece ter nome definitivo (Rainha Golf and Spa Resort). Há um outro grupo, também inglês, associado ao projecto.
Trata-se do grupo Obrana, que já remodelou e reconstruiu empreendimentos de luxo em Portugal. Ao contrário das outras duas empresas, o grupo Obrana tem um site (http://www.obranagroup.com) com bastantes informações sobre a empresa, incluindo as áreas geográficas em que trabalha (e que vão de Caldas da Rainha até Santiago do Cacém, passando pela Lourinhã e por Lisboa). Com colaboradores portugueses com rosto e escritórios no nosso país, o grupo Obrana tem uma representante de apelido Baden-Powell no seu escritório de Londres e uma ligação estreita ao trust da família Baden-Powell.
No que se refere ao projecto da Estrada Atlântico, o grupo Obrana declara-se “consultor e parceiro” no “Rainha golf and country club” previsto para a “Atlantic Road”, integrando nos seus “clientes e parceiros” o empreendimento designado por Rainha Golf Resort.
A actividade do grupo Obrana, nesta matéria, parece ser paralela à da empresa portuguesa Plural – Planeamento Urbano, Regional e de Transportes, Lda.
Da vertente portuguesa do projecto da Estrada Atlântica ocupar-nos-emos a seguir.
terça-feira, 22 de março de 2011
Os investidores sem rosto do Plano de Pormenor da Estrada Atlântica (2)
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Bom trabalho, o deste blog! É um excelente contributo para a discussão pública do projecto turístico.
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