Sobre a polémica originada pelo protesto, feito em termos muito correctos, por residentes na freguesia da Serra do Bouro contra a insegurança e a perturbação causada por um excesso de foguetes (que temos vindo a analisar), há 7 conclusões que devem tirar-se:
1 - Há residentes na Serra do Bouro que são, em absoluto, contra as pessoas que escolhem a freguesia para se fixarem, pelo menos desde que contestem alguns dos seus "hábitos" por incómodos que provoquem.
2 - O presidente da respectiva Junta de Freguesia partilha dessa opinião, contrariando o que é hoje tacitamente aceite, até, como factor de desenvolvimento regional: a deslocação de mais pessoas para o interior é benéfica, gera maiores receitas fiscais e pode, inclusivamente, traduzir-se na criação de empregos no interior, o que também gera maiores receitas fiscais.
3 - Esta postura do presidente da Junta de Freguesia não é convergente com o que se supõe que seja a abertura deste autarca eleito relativamente aos investidores estrangeiros no complexo turístico previsto para a Serra do Bouro e a Foz do Arelho (Plano de Pormenor da Estrada Atlântica), que ele próprio representa. Será interessante saber o que dirá ele aos futuros residentes nesse complexo turístico se se queixarem do excesso de foguetes.
4 - As festas locais não pretendem ser inclusivas. Os seus promotores afastam, à partida, os novos residentes. Como já o fizeram, com expressões tão lapidares como "quem está mal mude-se" ou "que vivam contrariados o resto da vida" (neste caso, é do próprio autarca eleito).
5 - Os que assumiram estas posições recorreram, também, a ameaças pouco subtis, obviamente dirigidas contra as pessoas que se queixaram.
6 - A imprensa local ignorou, ostensivamente, a questão, apesar do óbvio interesse jornalístico, assumindo (no caso do "Jornal das Caldas", que deu a notícia) uma arrogância dispensável, sem que se perceba porquê.
7 - O casal de residentes que se queixou não ficou, felizmente, isolado e, no site do "Jornal das Caldas", recebeu palavras de apoio de outras pessoas e não apenas as críticas, as ameaças e os insultos dos que não gostaram da crítica ao excesso de foguetes. (Por mim, saúdo a atitude que tomaram e dei-lhe o espaço que, nesta questão, me pareceu mais do que justificado e que outros lhes negaram.)
segunda-feira, 30 de maio de 2011
A polémica dos foguetes (5): algumas conclusões
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Digamos que estas conclusões me parecem um bocadinho mal tiradas
ResponderEliminarPor mim, acho-as todas bem tiradas. Aliás, a melhor é a 3ª. E fico deveras curioso para saber como vai reagir o presidente da junta quando os clientes do hotel de 5 estrelas reclamarem com o barulho das horas de foguetório. Será que ele lhes responde: “Se não estão bem, mudem-se!”
ResponderEliminarZé das caldas