sábado, 28 de maio de 2011

A polémica dos foguetes (3): "que vivam contrariados o resto da vida"

Se as palavras que anteriormente citámos, subscritas "on line" por "Álvaro Baltazar", podem ser, ou não, do presidente da Junta de Freguesia da Serra do Bouro/representante dos investidores no empreendimento turístico do Plano de Pormenor da Estrada Atlântica, o certo é que não há que enganar quanto a estas:
1 - " Também partilho da sua opinião de que é dinheiro queimado aquele que é gasto em foguetes. No entanto não posso deixar de compreenlder também a outra parte: a tradição. As pessoas deste terra sempre fizeram a festa anual desta forma. Com mais ou menos respeito pela festa religiosa e com mais ou menos prazer em ouvir os foguetes. Eu próprio não sou apologista de que se gaste tanto dinheiro em foguetes, que estourados durante tanto tempo incomodam.Mas não sou eu que vou tentar proibir esta prática, pois sei que muitas pessoas criticam sempre que os foguetes não são estourados nas quantidades tradicionais e que o seu som não é tão rijo."
2 - “Cada terra tem as suas tradições, que é importante manter. Se formos todos "amarelados", deixamos de ser aldeias tradicionais e passamos todos a suburbanos. Não é isso que nós queremos, pois se quizessemos iriamos para os arredores descaracterizados de qualquer metrópole.”
3 - “Os naturais gostam das suas tradições, os que vêm de fora têm duas hipóteses: ou aprendem a gostar, ou vivem contrariados o resto da vida.”
4 - “Também me preocupa a segurança das pessoas e bens. Mas não podemos em nome da segurança abolir toidas as actividades, pois se assim fosse ninguém viajava de automóvel, concsiderando a olevado número de acidentes; ninguém ia para a prais, onde todos os anos morrem muitas pessoas afogadas e outras actividades de lazer que me dispenso de referir. Como disse há 54 anos que vivo nesta terra, onde já ocorreram alguns acidentes com foguetes, mas nenhum foi além de um susto, ou um arranhão e normalmente acontece a quem, por sua conta e risco decide brincar com o fogo.”
Estes excertos foram retirados, sem correcções, da resposta do presidente da Junta de Freguesia da Serra do Bouro/representante dos investidores no empreendimento turístico do Plano de Pormenor da Estrada Atlântica a Mário Rocha.
Nelas, o autarca toma abertamente partido pelos defensores da pirotecnia, mesmo daqueles que querem um som "rijo, e, quanto às preocupações demonstradas por Mário Rocha sobre a segurança de pessoas e bens, lavra a seguinte sentença: o problema é de quem brinca com o fogo...
Ora, a expressão "quem brinca com o fogo, queima-se" é, estranhamente, utilizada também como advertência. É como quem diz: "porte-se bem ou então...". Que não é muito diferente da hostilidade que o dito autarca demonstra para os que vivem há menos tempo na freguesia que parece tomar como coisa sua e que se exprime em mais uma frase lapidar: "os que vêm de fora têm duas hipóteses: ou aprendem a gostar, ou vivem contrariados o resto da vida." Não é nada diferente do "quem está mal, mude-se".
Seria, no entanto, de esperar outra atitude, mais conciliadora e mais objectiva, do presidente de uma Junta de Freguesia.

Já agora: Álvaro Baltazar Jerónimo será capaz de dar este mesmo tipo de respostas aos seus clientes do empreendimento turístico do Plano de Pormenor da Estrada Atlântica, se estes vierem a queixar-se do som "rijo" dos "seus" foguetes?

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