sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Os problemas dos carteiros

CTT: estações insuficientes e onde os clientes são obrigados a esperar em pé, como gado; inexistência de meios automáticos de pagamento; investimentos disparatados sobre os quais ninguém presta contas (lembram-se da internet nas estações, apadrinhada por Guterres e Mariano Gago?); falcatruas diversas que já deram origem a processos judiciais complexos; correspondência extraviada; funcionários que se recusam a subir dez degraus para entregar correspondência em mão, preferindo deixar aviso na caixa do correio; modalidades mais caras (“correio azul” e “correio verde”) para garantir que o serviço contratado é mesmo executado; irregularidade na entrega (uns dias não há, noutros aparece muita correspondência, daquela que não tem carimbo com data de expedição); e muito mais.
Bastariam estes motivos, todos eles directamente observados, para minar qualquer mínimo de confiança que pudesse ainda ter na empresa CTT, globalmente.
Não tenho memória de um serviço realmente bem feito (profissional, se se quiser) pela empresa CTT e por quem para ela tem trabalhado, quer na grande cidade (onde já morei) quer agora numa freguesia rural do “interior”.
É por isso que, depois de quase um mês (e de muitas situações que se vão repetindo, anos após ano) de perturbações na entrega (sobretudo de não entrega) de correspondência, cujas causas ninguém realmente explica, não consigo olhar para os argumentos expendidos na “Gazeta das Caldas” e no “Jornal das Caldas” pelos carteiros sem a maior das desconfianças.
Nem as sucessivas administrações da empresa estupidamente monopolista que é os CTT nem o seu pessoal, seja ele quem for, me têm garantido aquilo que se exige a uma empresa: um serviço realmente feito. Já nem digo “bem feito”!
É possível que os carteiros tenham muita razão quanto aos seus problemas laborais e que a actual administração – como todas as outras que a precederam – não seja flor que se cheire. Mas não consigo encarar com nenhuma benevolência o que andam a fazer.
Até porque há uma questão essencial: quando, por greve ou outras acções, deixam acumular a correspondência, não estão a prejudicar nem a empresa nem a administração.
Porque todas as pessoas e entidades que precisam de fazer chegar correspondência ao seu destino continuam a ir aos CTT porque, pura e simplesmente, não têm alternativa.
A empresa CTT é a única empresa de distribuição de correio em Portugal e está-se olimpicamente nas tintas para o facto de os dez milhões de pessoas que habitam neste país receberam com atraso, ou nem receberem, o correio que lhes é destinado.
Os carteiros e os outros empregados da empresa deviam perceber isto: nós – os clientes – é que somos sempre os prejudicados.
Quando o perceberem, terão o meu apoio.

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