Titula a "Gazeta" aqui que, a partir do próximo dia 6, a Expoeste se "o maior restaurante da região e espera 200 mil pessoas". Ou seja, para quem não sabe, é o já habitual certame das tasquinhas onde associações e colectividades apresentam os seus comes & bebes à região. A iniciativa é simpática, permitindo, entre outras coisas, que se conheçam alguns petiscos e que os habitantes da região e os que emigraram se reencontrem para conviver. Gastrónomo que sou, acho que é meritório e, em geral, tenho comido e bebido bem. Nada a opor, portanto.
Ao que me oponho é a que a pomposamente denominada "Expotur - Festa do Verão" seja promovida, na prática, como a única coisa que é relevante para o turismo nas Caldas, depois do gradual declínio (por razões não muito claras) da "animação" da Foz do Arelho.
A cultura popular, em todas as suas vertentes (e a gastronomia é uma delas), é um elemento fundamental na promoção turística de uma região. Mas se for a única, não valoriza. Ao contrário, empobrece.
Entre o oito das tascas das Caldas e os oitenta do golfe de Óbidos, fazem falta muitas outras opções para valorizar (e enriquecer) um concelho que engloba, em simultâneo, o campo e o mar, o ruralismo e a sofisticação urbana, o nacional-cançonetismo e a música clássica.
E é triste verificar que a Câmara não o perceba, que os partidos da oposição continuem distraídos e que as entidades oficiais olhem para esta porção do Oeste, com o provincianismo invertido das grandes cidades, como se ela fosse uma imensa tasca.
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