"è preciso não se saber do que se fala. O dia 26 de Dezembro não foi gozado como tolerancia de ponto. Os CTT nunca tiveram uma tolerancia de ponto, pois só são empresa publica para ajudar a pagar a crise, para descontar nos ordenados dos trabalhadores. O dia 26 é um dia de descanso considerado no Acordo de empresa há mais de 15 anos. Porque é que nunca falam dos ctt quando todos gozam pontes e nós continuamos a trabalhar. È verdade a função publica necessita de saber o que é trabalhar e não estar a espera de mamas de pontes oferecidas e tolerancias de ponto. Os Ctt nunca tiveram nada disto. Sabemos trabalhar e a privatização só vem destruir a unica empresa do estado que dá lucro....."
Este comentário foi recebido (e publicado, tal como foi escrito) em reacção ao meu post Nos CTT trabalham tanto no Natal que até precisam de um feriado extra no dia 26... . Apesar de anónimo, devo supor que é da autoria de pessoa com interesse na matéria, ou seja, de um(a) funcionário(a) dos CTT e quero, por isso, dar-lhe réplica, o que faço nos seguintes termos:
1 - Os CTT prestam um serviço insuficiente à população. Têm poucos postos de atendimento e as condições em que os seus clientes (todos nós) são atendidos são más, degradantes e penalizadoras para todas as pessoas que têm dificuldades em movimentar-se.
Os funcionários podem dizer que a culpa é da administração mas nunca vi nem ouvi uma palavra da parte deles, directamente ou por meio dos seus sindicalistas, de consideração ou respeito pelos seus clientes.
2 - É possível que a folga do dia 26 de Dezembro esteja no Acordo de Empresa. Mas, em função do que acima escrevemos e da situação do país, só ficaria bem aos funcionários dos CTT darem um bom exemplo e mostrarem a sua solidariedade para com a restante população que aceitou várias outras perdas de "direitos adquiridos".
3 - Este tipo de situação, tal como as greves dos privilegiados funcionários das empresas de transportes públicos e dos não menos privilegiados maquinistas da CP (para combater processos disciplinares pela força e não pelo Direito!...), ultrapassa em muito os limites "morais" dos vários "direitos" e dos poucos "deveres" de trabalhadores que de há muito perderam qualquer perspectiva histórica, política e sindical e, mais tarde ou mais cedo, abrirá caminho - com apoio da restante população - a medidas mais limitativas.
4 - As empresas do sector público parecem subordinar a necessária procura de receitas aos privilégios dos seus administradores e dos seus funcionários (e nunca vi estes ou os seus representantes sindicais a voltarem-se contra os privilégios dos administradores...) porque o Estado, proprietário e patrão, parece aceitar esse catastrófico estado de coisas e pagar tudo aquilo que é necessário.
Uma empresa privada não depende do dinheiro do Estado mas das receitas asseguradas pela venda dos seus produtos e serviços. Privatizados, os CTT terão de vender mais e melhor os seus produtos e serviços e, de preferência, enfrentar a concorrência de outras empresas que possam operar em algumas áreas paralelas.
Por isso terão de prestar um melhor serviço aos seus clientes.
E isso implica uma coisa muito simples: funcionar. Ou seja: ter as portas abertas no dia 26 de Dezembro que é, cada vez mais, um dia de trabalho normal para a maioria da população.
5 - E convém não esquecer uma coisa: os funcionários dos CTT beneficiam de uma remuneração extra designada por "subsídio de incómodos" para compensar o incómodo de terem de trabalhar. E somos nós que acabamos por pagar essa e outras mordomias. Não teremos direito a sermos melhor tratados?
6 - Estranhamente, ontem não houve distribuição de correio onde moro.
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