sábado, 18 de dezembro de 2010

Uma questão de rigor jornalístico que a "Gazeta" não esclarece

Há algumas semanas, a "Gazeta das Caldas" começou a publicar textos sobre restaurantes ("O Oeste à Mesa") da autoria do jornalista Pedro D'Anunciação. É útil, é informativo e os critérios do autor dos textos são razoáveis. O problema, que não é pequeno, está na ausência de um elemento essencial: o custo. Ou seja: qual o preço dos pratos ou, pelo menos, o custo médio da refeição? E isso está ausente de "O Oeste à Mesa" que, por sinal, destaca apenas restaurantes que - sabe quem lá vai - não cobram menos, mal ou bem, do que uma média de 20/25 euros por refeição individual.
Esta informação é, hoje, essencial e separa a informação comercial da informação jornalística. E não é diferente do comportamento transparente que foi imposto, a certa altura, à restauração: as ementas e o seu custo estão expostos no exterior ou, pelo menos, antes de o cliente assumir o compromisso de consumir.
Além do mais, o mesmo Pedro D'Anunciação, que faz o mesmo tipo de crónicas no semanário luso-angolano "Sol", até vai ao ponto, e bem, de mostrar uma factura, com os custos discriminados.
Qual será a diferença? E por que motivo é que a "Gazeta", que se quer tão deontologicamente correcta e com informação rigorosa, se abstém desse elemento fundamental?
É uma coisa que levanta fundadas suspeições.
Pedro D'Anunciação, nos fins-de-semana em que vem ao Oeste, não estará, decerto, a comer à conta dos restaurantes sobre os quais escreve. Mas pode parecer.


A propósito, uma curiosidade que me foi contada por quem via: no extinto semanário "O Jornal" e no seu "Jornal de Vinhos", os vinhos elogiados eram os que vinham nas caixas com que, às dezenas, algumas empresas vitivinícolas, invadiam a recepção de "O Jornal" em algumas noites mais discretas.

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