Passei ao começo da madrugada de hoje na A8, de Lisboa para cá, e não é difícil escolher uma palavra para qualificar o que a concessionária, a empresa Autoestradas do Atlântico, está a fazer nas obras que deviam estar agora prontas e que... não estão. Na zona da área de serviço de Loures, em especial, a confusão nos dois sentidos era absoluta. A sinalização era má, quando existia. Porque, na maior parte do percurso, duas faixas passavam a uma sem aviso e mal se percebia, em certos casos, se havia uma faixa ou faixa e meia muito estreita, convidando às manobras mais disparatadas. A impunidade com que esta empresa fez obras que, salvo erro, decorrem há mais de dois anos, transformando uma autoestrada numa via que é pior do que uma estrada municipal, é escandalosa. Ao mesmo tempo, com o Governo perfeitamente alheio à coisa, fica por aplicar a legislação - como se a A8 fosse território estrangeiro ou um Estado dentro do Estado português - relativa à não (?) cobrança de portagens nas autoestradas que deixam, por definição, de o ser. É, na realidade, uma suspensão da legalidade democrática.
E, à luz das (hipócritas e inúteis) campanhas estatais sobre as mortes nas estradas, o que está a acontecer na A8 - e que vi e bem de perto, à luz dos faróis e mais nada - é verdadeiramente criminoso.
Tudo isto diz bem do estado do Estado e do sinistro governo que o gere.
quinta-feira, 16 de dezembro de 2010
É criminoso o que a Autoestradas do Atlântico está a fazer nas obras (?) da A8
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