Os jornais regionais e os CTT

Há um mês atrás, não tendo recebido a "Gazeta das Caldas" e o "Jornal das Caldas" nos dias em que os CTT mos põem na caixa do correio, acabando por recebê-los quase uma semana depois, dei conta da minha relutância em renovar as assinaturas dos dois jornais neste post. Um leitor perguntou-me, nessa altura, se eu não inquiria os CTT sobre isto e, por lapso, não lhe respondi. O que faço agora.
Nestas e noutras coisas parecidas, infelizmente, a resposta dos CTT é sempre a mesma: com a cordialidade artificial que é típica dos monopólios e dos serviços do Estado dizem que está tudo bem e que nada têm a ver com isso.
Mas têm, como é óbvio. O problema é que nós, consumidores e clientes dos CTT sem contrato (o contrato, na óptica deles, é com quem lhes entrega a correspondência e mesmo assim...), estamos praticamente indefesos perante o mau serviço prestado por esta empresa.
Repare-se, por exemplo, que a maior parte da correspondência que hoje se recebe é constituída por contas, expedidas pelas empresas e por serviços públicos através de contratos de avença com os CTT, num regime em que os sobrescritos ou os invólucros já não recebem o carimbo com a data da expedição. E a única data, que está lá dentro impressa, tanto pode ser a do dia da emissão como a do dia da expedição.
Onde moro, verifico quase todas as semanas que há dias em que a caixa do correio fica cheia de correspondência desta e outros dias em que se mantém vazia. E isto é válido para os outros residentes. E, na realidade, não se ouve nem se vê nenhum carteiro em alguns dias e com certa regularidade.
Ou seja: é fácil a qualquer serviço e/ou funcionário dos CTT deixar acumular correspondência num dia e distribui-la só no dia seguinte porque ninguém repara!
E os jornais distribuídos aos assinantes podem ir nesta onda de tranquila irresponsabilidade que não preocupa os CTT.
Julgo, no entanto, que - como muito esporadicamente tem feito a "Gazeta" - os directores e as empresas dos jornais regionais deviam tomar atitudes, públicas, mais esforçadas sobre este assunto. Até porque nada têm a perder - os CTT, que têm dinheiro para gastar em muitas parvoíces, não inserem publicidade nos jornais regionais.
Não o fazendo, penso que só uma debandada em massa de assinantes poderia obrigar os jornais regionais a perceber que, em muitos casos, não chegam aos seus leitores pagantes ou chegam com um atraso que é revoltante.
Por isso, o meu dilema mantém-se: devo, ou não, renovar as minhas assinaturas da "Gazeta das Caldas" e do "Jornal das Caldas"?
Não sei muito bem o que fazer...