segunda-feira, 25 de julho de 2011

A Lagoa de Óbidos ainda conseguirá sobreviver?

Não é preciso ser-se especialista para ver como a invasão da Lagoa de Óbidos por areia e terra se agravou desde o ano passado, quando foi reaberta a "aberta" e a praia da Foz do Arelho recebeu enormes quantidades de areia.
Basta seguir ao longo da margem norte, na zona do Nadadouro e para lá da Escola de Vela, ou parar para contemplar a lagoa do alto da "rotunda do Greenhill", na maré baixa, para perceber como grande parte da Lagoa de Óbidos se encontra conquistada por ilhas onde floresce vegetação. E quem seguir do Nadadouro para o interior verá o que vai acontecer nos próximos anos: a água vai ceder lugar à terra e a Lagoa de Óbidos será mais uma extensão de terra.
O governo anterior juntou a fome à vontade de comer: a burocracia e o medo de fazer uma obra em concelhos de maioria "laranja" uniram-se para travar as dragagens que, há um ano, já eram urgentes.
Com o novo governo, e apesar de algumas indicações de que as dragagens até avançariam, a única coisa que se vê é a solitária draga que continua - tipo monstro de Loch Ness ou "Tollan" - na zona da Foz do Arelho, como se tivesse ficado abandonada ou estivesse a guardar lugar, numa manobra de chico-esperto, para as eventuais dragagens. E não se consegue perceber a inacção.
E espanta, no meio disto tudo, que toda a gente se mantenha calada: os que conseguiram fazer ouvir as suas vozes quando a Foz do Arelho quase foi destruída desapareceram, os "caldenses" que o são quando lhes dá jeito (tipo Manuel Alegre e António José Seguro), os sempre excitados autarcas (de Caldas da Rainha e de Óbidos) e a imprensa local que só em alguns fins-de-semana é que descobre que o concelho de Caldas da Rainha não é só a cidade.
O que será melhor para o turismo? A Lagoa de Óbidos com água ou a sua extensão completamente seca para mais um megalómano projecto imobiliário e de golfe?

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