A encenação do acordo entre os presidentes da Câmara das Caldas, Fernando Costa, e de Óbidos, Telmo Faria, para a candidatura da Lagoa de Óbidos a uma das "sete maravilhas naturais de Portugal" é, para sermos brandos, um perfeito disparate. Não compreenderão essas duas ilustres criaturas que a mensagem que transmite a fotografia dos dois no alto do Inatel (veja-se o "Jornal das Caldas") é a de que está tudo bem?! E o problema é que não está! Ou não o conseguirão perceber?! A "maravilha natural" corre o risco de se transformar num terreno de cultivo, em cima de uma camada assoreada de areia e de detritos, num futuro não muito distante. Ao lado de uma praia destruída (a Foz do Arelho) e de uma praia (o Bom Sucesso) que o engenhoso presidente de Óbidos há-de saber explorar até ao fim... nem que seja com peixes de chocolate.
Este gesto contraproducente e provinciano sugere que os dois autarcas se estão perfeitamente nas tintas para o desastre natural que vai dar cabo do que poderia ter sido uma "maravilha natural"... se todas as precauções tivessem sido tomadas em devido tempo.
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