sexta-feira, 9 de março de 2012

O "Avante" das Caldas

Mesmo na opinião exige-se rigor. E, nos jornais, quando se trata da opinião assumida (e defendida?) pelo próprio jornal e por isso não assinada, a exigência de rigor duplica.
Escrever "era uma verdadeira Padeira de Aljubarrota que hoje devia haver para enfrentar a troika que, quais insaciáveis predadores das finanças portuguesas, estão em Portugal a cortar até ao osso a riqueza do país", como o faz a "Gazeta das Caldas" é uma dupla idiotice e uma dupla falta de rigor.
Como bem o sabe a direcção do jornal, houve um acordo entre o Estado português e três entidades externas e esse acordo foi apoiado por três partidos (PS, então no Governo, PSD e CDS) e rejeitado por dois (que até se recusaram a falar com as três entidades externas).
A tese imbecil e chauvinista da agressão estrangeira (o "pacto de agressão", como dizem) é uma bandeira do PCP e do BE que encobre a incapacidade da extrema-esquerda de encontrar alternativas - sólidas, racionais, exequíveis, credíveis - ao estado de quase bancarrota em que caímos.
É estranho ver a "Gazeta" a empunhar essa bandeira, qual "Avante" das Caldas.
Se a "Gazeta" está à espera, ao adoptar o discurso radicalista da extrema-esquerda, de compensar por aí os leitores compradores que tem perdido talvez devesse tirar o cavalinho da chuva. Os comunistas não costumam pagar a traidores.

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