terça-feira, 13 de março de 2012

Os autarcas que se armam em donos das freguesias e das câmaras são um atentado à democracia

As criaturas eleitas em 2009 para presidirem a juntas de freguesia e câmaras municipais parecem pequenos sultões que se apropriaram desses órgãos para uso e benefício próprios com carácter vitalício.
Quando protestam contra a reorganização da administração local estão a agir como se fosse tudo deles, iludindo que estão nesses cargos apenas porque para eles foram eleitos. E - por muito que lhes custe - vão ter de disputar eleições outra vez ou ceder os seus lugares já daqui por um ano e meio.
Até por isso é completamente ilegítimo estarem a protestar como protestam porque não podem ter a certeza (salvo se quiserem fazer pequenos golpes de Estado à escala local ou chapeladas eleitorais ainda mais eficazes) de ficarem nessas funções depois de novo acto eleitoral.
O comportamento contestatário dessa imensa mole de idiotas e de políticos da treta é o maior atentado à democracia que já aconteceu desde o 25 de Abril e é adominável que envolva os partidos todos, dos que enchem a boca (e os bolsos) com as "conquistas da Revolução" aos outros que já não.
Se essa repugnante manada tivesse um mínimo de ética tornava bem claro que o problema da oposição a qualquer reforma administrativa é uma questão puramente pessoal, talvez de perdas e de ganhos, e demitia-se, entregando a decisão ao povo. De quem, pelos vistos, têm medo e em quem não confiam.

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