segunda-feira, 16 de abril de 2012

Foguetes na Serra do Bouro: vingança em vez de bom senso

Eu bem tive a esperança de que os fogueteiros da Serra do Bouro demonstrassem algum bom senso e um mínimo de respeito cívico pelos outros. Não foi, afinal, o que aconteceu, segundo o testemunho que me chegou dos residentes na freguesia que, há um ano, tinham sido ameaçados pela queda dos foguetes:

(...) De um modo geral, as pessoas meteram na cabeça que não queremos foguetes, ponto final. Não apuraram a curiosidade para saber a verdade. Contaram-lhes de forma desentendida e foi passando a história de forma cada vez mais desentendida e apurada pela maldade.

E eis que:
- Os foguetes têm sido lançados da zona de lançamentos, a quantidade lançada diminui.
- A música baixou de tom, subiu um pouco de nível, melhor ainda: não toca o dia todo. Não se ouviu antes dos dias da Festa.

Até aqui tudo se tem cumprido e ficamos satisfeitos porque demonstram  que tínhamos e continuamos a ter razão, e mesmo contra a vontade, cumpriram o que se tem e se deve de cumprir enquanto cidadãos. Mas a guerra não acabou, tal como suspeitávamos.

- Na sexta-feira por volta das 3 da manhã, passaram dois carros à minha porta a apitar e a acelerar....
- No sábado de madrugada aconteceu de novo, desta vez ouvia-se uma voz masculina a dizer "Filhos da P...."
- Hoje de madrugada a mesma coisa: Apitar e acelerar  e passado uma hora repetiram o feito.
Identificamos as viaturas, um preto e um vermelho, esperando não ser necessário apresentar queixa. Ainda pensámos que fosse dos efeitos do álcool...mas agora temos praticamente a certeza que foi intencional.

Hoje quando a banda passou à minha porta, estávamos nós a assistir como o fazemos todos os anos quando por cá estamos, e....FEZ-SE SILÊNCIO INCÓMODO. A banda deixou de tocar enquanto passava à minha porta,  Um dos "leaders" (penso que da comissão, devem ser os que vão à frente da banda) olhou para mim com ar de desafio e depois de passarem a minha casa, dois desses mesmos elementos foram dar explicações do sucedido à minha vizinha que vem passar cá o fim semana ocasionalmente, sendo esta a sua casa de "férias". Explicaram que fizeram isto em RETALIAÇÃO ao sucedido, convidando-a a ir às restantes festividades, continuando a olhar na minha direcção enquanto conversavam entusiasmados com a minha vizinha e amiga.

Antes disto, o meu marido estava a filmar a banda que ainda tocava e de repente deixou de tocar, mesmo assim contribuiu, pois acreditamos que estes festejos são importantes para a identidade das localidades e devem ser mantidos e para isso é necessário a contribuição dos que dela fazem parte. Antes de passar a banda, passou o cortejo de carros (também em silêncio) dos moradores do qual fazia parte também o presidente da Junta de Freguesia. Alguém instrumentalizou todo este cenário, pois demonstra uma atitude planeada, nada condizente com o ar juvenil da "Comissão", porque o esperado seriam os insultos verbais o que levaria a uma queixa e consequentemente às devidas consequências. Mas dentro da inteligência revelada para este plano, demonstra também um plano de vingança e descrédito da nossa pessoa.

Moral: Estamos contentes e satisfeitos porque os nossos objetivos foram alcançados: Este ano cumpriram,  as regras e normas definidas pela lei para estas situações, as mesmas que foram o motivo do descontentamento e preocupação que fizemos questão em demonstrar o ano passado. Estamos contentes e satisfeitos porque com esta atitude contribuímos para a SEGURANÇA DE TODOS, inclusivamente para aqueles que estão contra nós, nem sabem bem porquê. Deixamos tudo sempre bem claro para todos aos que se dessem ao trabalho e cuidado de se informarem devidamente sem primeiro fazer conjecturas "porque ouviram dizer que.... "
Estamos contentes e satisfeitos porque assistimos à passagem do cortejo em total segurança, segurança estendida aos nossos bens e até merecemos "a honra" do SILÊNCIO, que demonstrou que nos deram muita importância! Graças a Deus para bem deles e de todos.

Não podemos deixar de relevar que sendo esta uma celebração católica, feita 8 dias após a lembrança da crucificação e ressurreição de Cristo ao qual estão associadas as virtudes da bondade da tolerância, compreensão e compaixão ficou demonstrado pelas pessoas que fazem parte da organização destes festejos, a total ausência destes valores mostrando contrariamente a estes valores católicos e cristãos, a vontade de vingança irracional e primária, e a pura maldade, pessoas estas que estarão na missa e seguirão a Nossa Sra. dos Mártires na procissão pela nossa Freguesia. Merece que se diga "Perdoai-lhes, Senhor, que não sabem o que fazem" pois o que pretendiam era mesmo crucificarem-nos. Hoje, enquanto esperávamos a saída da N.Sra. da igreja no largo da mesma, fomos fuzilados com olhares, daqueles que nada sabendo, julgam. Viu-se assim um sentimento hipócrita e salvo raras excepções fomos cumprimentados com "medo/vergonha?" .

Resta dizer, que pensamos que a zona de lançamento foi mal escolhida em termos de segurança, localizada muito do perto da faixa da rodagem,  que ainda por cima, tem, por esta altura o volume de tráfego aumentado, não esquecendo que a escolha da zona, que teria de ser feita, forçosamente, com alguma antecedência não previa a aproximação de zonas florestais, considerando que ainda há duas semanas as temperaturas elevadas impunham um risco de elevado de incêndio.

Este relato impressiona.
A seguir, o que vai acontecer? Vão estes "cristãos" dos foguetes atacar com armas de fogo os que não estão de acordo com eles?
Entretanto, há que registar o silêncio do presidente da Junta de Freguesia da Serra do Bouro.
Álvaro Baltazar Jerónimo pode fazer de conta que nada tem a ver com as festas e com os fogueteiros. Mas tem.
E, como advogado, tem a obrigação de perceber os ilícitos que estão em causa e a ameaça à paz social que se gera numa circunstância destas. Como presidente de junta, tem obrigação de tratar de igual modo todos os residentes na freguesia.
O ano passado juntou-se ao coro dos "quem está mal, mude-se". Este ano parece ter-se calado. Portar-se-ia da mesma maneira se fossem os seus clientes do empreendimento turístico do Plano de Pormenor da Estrada Atlântica, que querem comprar a freguesia, a protestarem?

9 comentários:

  1. Pra que é que atiram foguetes e põem a música aios berros? Sãop mais felizes por isso? Que tristes!!!

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    1. Triste é este senhor que pelos vistos não faz ideia do que é um arraial popular triste é o senhor que consegue fazer um comentário a viver na ignorância de uma vida que, pela escrita que apresenta, ja deve ir a mais de meio, mas é assim...
      É ignorante mas pelos vistos feliz... ;D

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  2. A mim não me incomoda! Gosto desta lógica da festa das povoações. Acho mal que as pessoas queiram as coisas feitas à sua maneira "porque a lei manda". Certamente esses moradores não falam ao telefone enquanto conduzem nem passam os limites de velocidade.

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    1. Lógica, qual lógica? Aqui não se trata de lógica e se assim fosse, haveria o BOM SENSO mesmo que não houvesse leis que ditam o contrário da sua lógica. Ninguém deve fazer à sua maneira "porque a lei manda". Quando a Lei manda é para se cumprir, especialmente quando se põe em risco os outros de forma tão evidente. Todos cometem algumas falhas, mas alguns estão constantemente a cometê-las...até que são apanhados...felizmente!

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  3. A mim não me incomoda, tambem gosto da "lógica?" da festa das povoações, quando não corro, nem eu nem alguem da minha familia, o risco de levar com alguma cana na cabeça. Acho bem que as pessoas queiram as coisas feitas como a lei manda, quando passo os limites de velocidade são resultado, as coimas de 120Euros que depois aparecem em casa para pagar!!

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  4. Esta festa em honra da Srª dos Mártires já tem aproximadamente um século e meio de existência e durante todo este tempo se realizou da mesma forma, todos os moradores TÊM NOÇÃO DO PERIGO DOS FOGUETES DEITADOS NA VOLTA COM A BANDA não precisamos que venham, os intitulados, senhores lá da vossa terra, dar noções do que quer que seja para a terra dos outros, faz parte da tradição assinalar a passagem da banda com o lançammento de foguetes mesmo com o perigo que representa.
    O que me mete um pouco de nojo é que estes auto-intitulados senhores pensam que vêm para a terra dos outros, que até aqui viviam e faziam as festas em harmonia, ditar regras porque a lei manda ou por mera MESQUINHICE. Porque estes senhores quando vieram viver para a Serra do Bouro ja eu tinha 16 ou 17 anos hoje tenho 28 e a festa da Senhora dos Mártires ja se realizava há mais de 100.
    Porque é que só agora é que há problemas e desentendimentos, ainda por cima causados por pessoas que, felizmente, não têm absolutamente nada a ver com a nossa tão estimada fraguesia!
    Se a nossa freguesia é tão má quanto a descrevem neste blog continuo sem perceber porque é que continuam lá a viver...

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    1. Exmo. Sr.Horta
      Discordo, nem todos os moradores têm a mínima noção do perigo de foguetes lançados ilegalmente, nem de todo, o Sr. lá porque há 100 anos atrás era assim, não significa que agora o tenha que ser. Felizmente há aquilo a que se chama “evolução” e a “aprendizagem por experiência”, daí haver mudanças e alterações de segurança (e não só) para proteger as pessoas, mesmo os ignorantes como o Sr. que pelos vistos, mesmo com os seus 28 anos atuais, ainda vive na idade da pedra! Se todos concordassem com a sua teoria ainda não existiam os computadores, significando que não poderíamos comunicar com esta facilidade (mesmo dizendo as coisas mais absurdas e ilegais!), nem se tinha ida à lua, nem a medicina teria progredido para salvar pessoas de morrer de doenças que até existiam há 100 anos atrás mas que agora existe a cura…! Penso que não é a freguesia que é má, são mesmos algumas pessoas que são tacanhas e maldosas, e para isso não há cura. Talvez vos fizesse bem ter mais pessoas a lutar pela nossa Constituição (sabe o que é?) para que se instaure a segurança e o bom senso. Já agora, se não houvesse leis para serem cumpridas, que o Sr. decerto também algumas cumpre, as pessoas seriam como os animais selvagens; não haveria necessidade de existirem juntas de freguesia, consequentemente presidentes de juntas, que neste caso, até é um advogado, os tais que estudam a lei e supostamente a representam. Só por este fato o seu argumento é fraco e até ofensivo ao Presidente da Junta, apesar da sua evidente postura. Um último conselho: Ainda está a tempo de aprender e de se instruir, não queira envelhecer com as orelhas a crescer!

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  5. Os gajos são é fascistas! Mais nada.

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  6. quem ta mal muda-se!!!!!!!!!!!!!!! FORA!!!!!!!!!!!!!

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