1 - A Linha do Oeste começou a morrer em 1991 quando foi aberto o primeiro lanço da A8. Com a opção generalizada pelas auto-estradas e a condenação do transporte ferroviário fora do eixo Lisboa-Porto-Beira, a Linha do Oeste foi começando a passar para segundo plano.
2 - A não electrificação da Linha do Oeste e a impossibilidade de fazer viagens em tempo concorrencial às auto-estradas (Caldas da Rainha, Figueira da Foz e Coimbra) e a oferta dos "expressos" decretaram a irrelevância da Linha do Oeste.
3 - Com o passar dos anos, e apenas pela inexistência de transporte rodoviário, a Linha do Oeste tornou-se basicamente útil para os viagens curtas entre as povoações mais pequenas e as cidades onde os comboios ainda tinham condições para parar.
4 - Em época de crise e com os constrangimentos orçamentais existentes - e o brutal endividamento, que temos todos de pagar, das empresas de transportes -, é uma rematada estupidez insistir na manutenção da Linha do Oeste. A realidade - e sabem-no mesmo os mais contestatários, na sua vida privada, sem que estranhamente o apliquem na vida pública - não permite luxos e manter a Linha do Oeste (em função da sua reduzida utilidade) é um luxo.
5 - A contestação política ao encerramento da Linha do Oeste é um verdadeiro prato de Petri onde se misturam, numa confusão pouco saudável, a demagogia, a ingenuidade, a ilusória pesca ao voto a pensar nas eleições autárquicas de 2013, a asneira estratégica, a perda de tempo e a tentativa de distrair as populações do que realmente interessa.
6 - Esta luta também mistura dois factores psicológicos de peso: na extrema-esquerda (onde o PCP se encaixou paulatinamente) a obsessão de contestar tudo o que provém do "Governo de direita" e nos autarcas (tontos, tontos, tontos...) o problema que é a necessidade de uma "compensação" pela "perda" da Ota (como, nas crianças de tenra idade, a xuxa compensa a falta do peito materno...).
7 - A luta contra o encerramento da Linha do Oeste reflecte a patética visão urbana da elite citadina que ignora e abomina as freguesias rurais. Como têm a estação nas Caldas, a Linha do Oeste é importante para eles.
8 - Aquilo de que a população do concelho de Caldas da Rainha necessita não é da Linha do Oeste. É, sim, de transportes públicos efectivamente úteis e de periodicidade regular. É essa a luta, em termos de política de transportes, que interessa a todo o concelho e que a elite citadina despreza porque já está suficientemente bem servida.
domingo, 29 de janeiro de 2012
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