Há poucos dias recebi das Finanças uma carta escrita com palavrinhas muito gentis em que era convidado a aderir a uma coisa criada pelos CTT chamada "Via CTT" que parece servir apenas como caixa de correio electrónica para o envio de coisas mais ou menos oficiais e das contas habituais (electricidade, água, etc). A ideia era eu receber por aí toda e qualquer notificação do Fisco, que normalmente são enviadas com registo (simples ou em mão). Mas, avisava o Fisco, a adesão não substituia a notificação formal por correio registado, que continuaria a ter valor judicial.
Titular de contas de correio electrónico (e-mail) há vários anos, é por e-mail que trato de vários assuntos e é por aí que já recebo muitas comunicações. Até das Finanças, às vezes um pouco estranhas.
Não faria assim sentido ir inscrever-me nessa "Via CTT", que chegou a ser anunciada como a grande maravilha da era "Magalhães" que iria ser capaz de alfabetizar electronicamente a população lusa. E suponho que quem já tem conta de e-mail (no Hotmail, no gmail ou yahoo, por exemplo, estará mais ou menos na mesma situação. Ou seja: não precisa dessa "Via CTT".
É por isso que a ideia das Finanças não me parece muito acertada, fazendo-me pensar que a intenção é, apenas rentabilizar a "Via CTT". O que também não surpreende: já é capaz de ser o segundo "buraco" em que os CTT se enfiam depois dos milagrosos dispositivos montados nas estações (inaugurados com a presença do então primeiro-ministro Guterres e do perpétuo ministro Gago) que iam ligar o povo à internet e que se sumiram no caixote de lixo das más ideias dos monopólios de Estado que dão prémios pecuniários aos gestores e prejuízos à Nação.
terça-feira, 6 de abril de 2010
O Fisco e a "Via CTT": um caso pouco transparente
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