Durante alguns dias, e a propósito dos posts Foguetes na Serra do Bouro: vingança em vez de bom senso e Ainda os foguetes na Serra do Bouro: o perigo das canas é fixe e "para que é que vêm para cá"? estabeleceu-se neste blog um debate interessante sobre o que pode ser apropriadamente designado por Guerra dos Foguetes, a propósito dos excessos fogueteiros ocorridos durante mais uma edição das festas de Nossa Senhora dos Mártires na Serra do Bouro.
Os comentários publicáveis foram publicados, alguns (poucos, felizmente) tiveram de seguir directamente para o lixo. É possível tirar algumas conclusões e elas aqui estão:
1 - A questão inicialmente suscitada foi a dos foguetes e, muito simplesmente, o perigo da queda das suas canas nas propriedades dos habitantes da freguesia por eles serem lançados em áreas residenciais. Nenhuma das pessoas que se queixaram desta prática criticou a motivação das festas ou o seu formato e até se declararam de acordo com as festividades. No entanto, essas pessoas foram alvo de gestos no mínimo discutíveis e acusadas mesmo de estarem a ser contra a "tradição".
2 - É interessante verificar que, no lado oposto, a opção generalizada foi a da defesa do lançamento dos foguetes nos moldes em que isso tem sido feito, como se essa prática "tradicional" fosse a única coisa realmente significativa das festas de Nossa Senhora dos Mártires na Serra do Bouro. E houve, inclusivamente, quem se referisse com alguma excitação ao aliciante de ter as canas a caírem do céu... como se isso fosse um desporto radical.
3 - Não vi, e nenhum leitor conseguirá ver, nos argumentos dos que defendem a "tradição" dos foguetes uma palavra que seja em defesa dos eventuais outros méritos das festas de Nossa Senhora dos Mártires na Serra do Bouro. Religiosidade, convívio, comunhão, devoção... nada disto lhes parece interessar. Pode supor-se que estas festas perderam qualquer motivação que tenham tido?
4 - Além disso, a polémica obriga a fazer uma pergunta: em que medida é que o foguetório é pertinente para o objectivo com que as festas de Nossa Senhora dos Mártires na Serra do Bouro foram concebidas?
5 - A defesa da "tradição" foguetória tem sido sempre acompanhada, muito abertamente e como argumento único, do convite à saída - senão mesmo à expulsão - dos "forasteiros" que não concordam... com o lançamento de foguetes. Como se a pirotecnia fosse tudo aquilo a que a freguesia se resume. Infelizmente, os fogueteiros e os seus adeptos não parecem perceber que a entrada de novos habitantes nas freguesias do interior faz, pelo menos, com que aumentem as receitas dos órgãos municipais e de quaisquer actividades comerciais, e até, industriais, do concelho e da freguesia, como acontece, por exemplo, com a construção civil, que só verdadeiramente poderá prosperar se tiver trabalhos a fazer na consolidação dos solos, no erguer de casas, na reparação e manutenção de habitações.
6 - A perspectiva quase proto-fascista do "quem está mal muda-se" chegou a ser assumida, no ano passado, pelo presidente da Junta de Freguesia (o que também suscita dúvidas legítimas sobre a qualidade humana, política e cultural de uma criatura que assim aja na sua função autárquica). Ao invés de tentar serenar os ânimos e de contribuir para encontrar um clima de harmonia, a pessoa em causa juntou-se aos fogueteiros. Não brandiu armas em defesa da festas de Nossa Senhora dos Mártires na Serra do Bouro mas sim em defesa da "tradição" dos foguetes. Este ano, aparentemente, calou-se... pelo menos em público. Continua a preferir a "tradição" dos foguetes e parece que não sabe, ou não quer, terçar armas a favor das verdadeiras tradições da freguesia.
7 - E há uma pergunta que deve fazer-se. Dada a situação de acumulação da função de presidente da Junta de Freguesia com a função de representante dos investidores do projecto turístico inventado no âmbito do Plano de Pormenor da Estrada Atlântica, cujos interesses pouco coincidem com os interesses dos habitantes da Serra do Bouro, o que faria o ilustríssimo autarca se esses seus clientes (de quem recebe dinheiro), ou os hipotéticos clientes dos seus clientes, protestassem contra o foguetório? Também lhes responderia que "quem está mal muda-se"?
8 - Finalmente, a expressão de opiniões tão extremadas e a manifestação de atitudes dos fogueteiros em defesa de uma coisa tão absurda como uma eventual tradição pirotécnica da freguesia fez com que as festas de Nossa Senhora dos Mártires na Serra do Bouro se transformem numa festa... de foguetes. E a prova provada é o facto de qualquer pesquisa no Google, ou noutro qualquer motor de busca, sobre as festas de Nossa Senhora dos Mártires na Serra do Bouro ir dar à sua Guerra dos Foguetes. Os fogueteiros conseguiram garantir uma bela dose de publicidade e de notoriedade negativas às festividades que quiseram "abrilhantar"... da pior maneira.
Tudo o que escrevi sobre a Guerra dos Foguetes pode ser consultado aqui.
domingo, 22 de abril de 2012
Algumas conclusões sobre a Guerra dos Foguetes das festas de Nossa Senhora dos Mártires na Serra do Bouro
Etiquetas:
Plano de Pormenor da Estrada Atlântica,
Serra do Bouro
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LOL saiu-lhes o foguete pela culatra!
ResponderEliminarvamos lá ver se eles não vos sobem pelo cu acima....
ResponderEliminarÉ de facto lamentável não ter aceite todos os comentários. Isso só mostra a sua incapacidade de defesa e argumentação, perante os comentários do povo.
ResponderEliminarNão aceito os comentários insultuosos. E ainda há alguns.
Eliminar"O povo" expressa-se em todos os comentários publicados.
Tenho fundamentado - como bem sabe... - a minha posição e não tenho o mínimo problema em defender-me e argumentar e atacar quando entendo fazê-lo.
Esteja à vontade, senhor "o povosb", para dizer de sua justiça. O que não for insultuoso e atinente ao debate será publicado.
Os senhores que iniciaram toda esta polémica em volta dos foguetes e da festas da freguesia não são da Serra do Bouro, é um facto, mas também não são os primeiros forasteiros a mudarem-se para a nossa freguesia.
ResponderEliminarDesde sempre que me lembro de haver gente de fora a passar férias, fins de semana, e a mudar as suas residências para a nossa freguesia e não tenho memoria de haver problemas com quem quer que seja, foram sempre pessoas que conviveram com o povo da Serra, uns mais que outros, mas nunca ninguém foi desprezado ou tomado menos em conta por ser de fora.
Não acho normal que depois de tantos anos a receber gente de tantas raças, tantos feitios, nacionalidades e religiões, e nunca houve problemas nem sequer desentendimentos com ninguém, só agora começou a haver problemas com gente de fora e apenas com duas pessoas que por coincidência nunca se deram ao trabalho de conhecer e confraternizar com quem já estava na freguesia e começaram e criar todos estes problemas e polémicas em torno das festas, da musica e dos foguetes.
E os comentários que se insurgiram foram de teor xenófobo como que quisessem dizer que os serranos não querem gente de fora na freguesia, isso dá-me vontade de rir, acham sinceramente que de toda a gente que vive na freguesia essas duas alminhas as únicas pessoas que vieram de fora?!?!?! Quase que existe tanta gente de fora a viver na serra quantos os que são naturais, e nunca houve problemas com ninguém. Agora por estas duas alminhas se queixarem de foguetes e levantarem polémicas quer dizer que o povo da serra não é hospitaleiro?!?! Já se perguntaram porque é que de toda a gente que vive na Serra só houve queixas destas duas pobres almas... Será que o problema é mesmo dos serranos?!?!?!
Sou cá da Serra e digo que o que diz não é verdade. Estas pessoas até já me ajudaram e não só a mim. Nunca vão saber quem sou e muita gente não diz nada com medo que façam mal porque há muita gente vingativa por aqui e essa gente não é de confiar. Eles falam com muita gente daqui e dão-se com muita gente, até já foram a casamentos, baptizados, festas e funerais de pessoas de cá, por isso se são convidados é porque convivem não é? Não convivem é com a gente toda, nem vocês. Você fala com todos os estrangeiros na Serra? Por acaso perguntei porque estavam chateados com o lançamento dos foguetes e até lhes dei razão porque tenho filhos e tambem não quero que levem com uma cana na cabeça porque estão no nosso quintal e os foguetes caiem lá dentro. Sou católico e vou á missa e já tenho vergonha e sinto-me mal a ver como tratam estas pessoas porque até tem razão e dão valor à vida que Deus nos dá. Vejo as pessoas daqui a receber o corpo do nossos Senhor e depois andam para aí a fazer vinganças sem razão. O Senhor Padre se souber disto não vai lá ficar muito feliz porque numa festa da nossa Senhora andam para aí cheios de ódio. A festa fez-se e os foguetes foram lançados e só levava com as canas quem quisesse estar lá perto. Tomem juizo e consciência. Estas pessoas até estão a ser muito pachorrentas porque ainda não contaram tudo o que andam a fazer-lhes por maldade, como o Sr. Baltazar bem sabe. Ponham a mão no coração e na consciência e vejam bem se o que andam a fazer e a dizer está certo. Já chega de tanta maldade. As pessoas de fora já falam da Serra a gozar convosco.
Eliminarnem mais Gonsalo.:)
ResponderEliminarGonsalo?!?!?! Ou... gozá-lo?!
EliminarBoa tarde sr Sábio Manguito Ecológico.
ResponderEliminarDesde dos meus 9 anos que vivo na Serra do Bouro, e lembro-me que quando chegava ao domingo da festa acordava ansiosa para ver a banda a passar e claro o LANÇAMENTO DOS FOGUETES, mas sabe sr tão sábio Manguito Ecológico sempre visto da janela pois os meus pais achavam e com toda a verdade mais seguro, só vai se pôr por baixo dos foguetes quem quer, há anos e anos que isto é assim, nem você, nem eu éramos nascidos.
A sua opinião do perigo que representa e das leis bla,bla,bla estão certas, mas não precisa de vir para aqui (você e o outro que são os 2 do mesmo monte)armarem-se em sr nós é que mandamos e nós é que sabemos.
Sabemos muito bem o que é bom ou não, o que é ou não perigoso e não são duas alminhas que não têm mais nada que fazer, quem vêm para aqui chatear um povo.Sim um povo sr manguito ecológico, somos muitos a querer a paz e a querer que nos deixem seguir com as nossas tradições.MUITOS MESMO.
Gozá-lo é para a tua tromba! Vai lá para lisboa saí-te daqui e de dizer mal. Todas as pessoas quando chegam a uma certa idade comecam a ficar comichosas e com a mania que sao alguem e querem marcar o nome na historia, mas este homem nao marca nada, nao é ninguem apenas um cota com a mania que é grande.
ResponderEliminarTambem sou da Serra e agora, toda a gente tem medo e eu tambem,para que nada de grave me aconteça,nem a mim nem oa meus, mas vou ter os defender, e diz quem sabe, que mesmo aos funerais dos amigos serranos a não puderam ir, fizeram questão de mostrar o quanto gostavam deles.
ResponderEliminarJá que se enchem de orgulho e razoes para escrever tanto porquê que não assinam o seu nome verdadeiro sem medos já que se dizem de tao boa "colheita" ... Ou será que é mais fácil falar no anonimato .. Talvez porque o Sr. anonimo é sempre a mesma pessoa e como não o tem quem o defenda têm que arranjar vários anónimos ... aiaiai Sr. anonimo só tenho uma frase que lhe diga_ a sua vida não lhe chega??? O que é de cada um talhes guardado porque a vida se encarregará... Asta lá vista... E uma boa estadia pela Serra do Bouro... Boa noite cinderellas...
ResponderEliminarp.s. á a todos muito obrigada porque desta forma a Serra do Bouro fica mais conhecida…
Os anónimos neste assunto ora são de um dos lados ora do outro, por isso cara Vera nem isso sabe distinguir a não ser que conheça os anónimos desse seu lado, os tais mal educados e que utilizam linguagem rude e insultuosa. Cumprimentos de um dos "anónimos" que aqui escreveu.
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