Eu bem tive a esperança de que os fogueteiros da Serra do Bouro demonstrassem algum bom senso e um mínimo de respeito cívico pelos outros. Não foi, afinal, o que aconteceu, segundo o testemunho que me chegou dos residentes na freguesia que, há um ano, tinham sido ameaçados pela queda dos foguetes:
(...) De um modo geral, as pessoas meteram na cabeça que não queremos foguetes, ponto final. Não apuraram a curiosidade para saber a verdade. Contaram-lhes de forma desentendida e foi passando a história de forma cada vez mais desentendida e apurada pela maldade.
E eis que:
- Os foguetes têm sido lançados da zona de lançamentos, a quantidade lançada diminui.
- A música baixou de tom, subiu um pouco de nível, melhor ainda: não toca o dia todo. Não se ouviu antes dos dias da Festa.
Até aqui tudo se tem cumprido e ficamos satisfeitos porque demonstram que tínhamos e continuamos a ter razão, e mesmo contra a vontade, cumpriram o que se tem e se deve de cumprir enquanto cidadãos. Mas a guerra não acabou, tal como suspeitávamos.
- Na sexta-feira por volta das 3 da manhã, passaram dois carros à minha porta a apitar e a acelerar....
- No sábado de madrugada aconteceu de novo, desta vez ouvia-se uma voz masculina a dizer "Filhos da P...."
- Hoje de madrugada a mesma coisa: Apitar e acelerar e passado uma hora repetiram o feito.
Identificamos as viaturas, um preto e um vermelho, esperando não ser necessário apresentar queixa. Ainda pensámos que fosse dos efeitos do álcool...mas agora temos praticamente a certeza que foi intencional.
Hoje quando a banda passou à minha porta, estávamos nós a assistir como o fazemos todos os anos quando por cá estamos, e....FEZ-SE SILÊNCIO INCÓMODO. A banda deixou de tocar enquanto passava à minha porta, Um dos "leaders" (penso que da comissão, devem ser os que vão à frente da banda) olhou para mim com ar de desafio e depois de passarem a minha casa, dois desses mesmos elementos foram dar explicações do sucedido à minha vizinha que vem passar cá o fim semana ocasionalmente, sendo esta a sua casa de "férias". Explicaram que fizeram isto em RETALIAÇÃO ao sucedido, convidando-a a ir às restantes festividades, continuando a olhar na minha direcção enquanto conversavam entusiasmados com a minha vizinha e amiga.
Antes disto, o meu marido estava a filmar a banda que ainda tocava e de repente deixou de tocar, mesmo assim contribuiu, pois acreditamos que estes festejos são importantes para a identidade das localidades e devem ser mantidos e para isso é necessário a contribuição dos que dela fazem parte. Antes de passar a banda, passou o cortejo de carros (também em silêncio) dos moradores do qual fazia parte também o presidente da Junta de Freguesia. Alguém instrumentalizou todo este cenário, pois demonstra uma atitude planeada, nada condizente com o ar juvenil da "Comissão", porque o esperado seriam os insultos verbais o que levaria a uma queixa e consequentemente às devidas consequências. Mas dentro da inteligência revelada para este plano, demonstra também um plano de vingança e descrédito da nossa pessoa.
Moral: Estamos contentes e satisfeitos porque os nossos objetivos foram alcançados: Este ano cumpriram, as regras e normas definidas pela lei para estas situações, as mesmas que foram o motivo do descontentamento e preocupação que fizemos questão em demonstrar o ano passado. Estamos contentes e satisfeitos porque com esta atitude contribuímos para a SEGURANÇA DE TODOS, inclusivamente para aqueles que estão contra nós, nem sabem bem porquê. Deixamos tudo sempre bem claro para todos aos que se dessem ao trabalho e cuidado de se informarem devidamente sem primeiro fazer conjecturas "porque ouviram dizer que.... "
Estamos contentes e satisfeitos porque assistimos à passagem do cortejo em total segurança, segurança estendida aos nossos bens e até merecemos "a honra" do SILÊNCIO, que demonstrou que nos deram muita importância! Graças a Deus para bem deles e de todos.
Não podemos deixar de relevar que sendo esta uma celebração católica, feita 8 dias após a lembrança da crucificação e ressurreição de Cristo ao qual estão associadas as virtudes da bondade da tolerância, compreensão e compaixão ficou demonstrado pelas pessoas que fazem parte da organização destes festejos, a total ausência destes valores mostrando contrariamente a estes valores católicos e cristãos, a vontade de vingança irracional e primária, e a pura maldade, pessoas estas que estarão na missa e seguirão a Nossa Sra. dos Mártires na procissão pela nossa Freguesia. Merece que se diga "Perdoai-lhes, Senhor, que não sabem o que fazem" pois o que pretendiam era mesmo crucificarem-nos. Hoje, enquanto esperávamos a saída da N.Sra. da igreja no largo da mesma, fomos fuzilados com olhares, daqueles que nada sabendo, julgam. Viu-se assim um sentimento hipócrita e salvo raras excepções fomos cumprimentados com "medo/vergonha?" .
Resta dizer, que pensamos que a zona de lançamento foi mal escolhida em termos de segurança, localizada muito do perto da faixa da rodagem, que ainda por cima, tem, por esta altura o volume de tráfego aumentado, não esquecendo que a escolha da zona, que teria de ser feita, forçosamente, com alguma antecedência não previa a aproximação de zonas florestais, considerando que ainda há duas semanas as temperaturas elevadas impunham um risco de elevado de incêndio.
Este relato impressiona.
A seguir, o que vai acontecer? Vão estes "cristãos" dos foguetes atacar com armas de fogo os que não estão de acordo com eles?
Entretanto, há que registar o silêncio do presidente da Junta de Freguesia da Serra do Bouro.
Álvaro Baltazar Jerónimo pode fazer de conta que nada tem a ver com as festas e com os fogueteiros. Mas tem.
E, como advogado, tem a obrigação de perceber os ilícitos que estão em causa e a ameaça à paz social que se gera numa circunstância destas. Como presidente de junta, tem obrigação de tratar de igual modo todos os residentes na freguesia.
O ano passado juntou-se ao coro dos "quem está mal, mude-se". Este ano parece ter-se calado. Portar-se-ia da mesma maneira se fossem os seus clientes do empreendimento turístico do Plano de Pormenor da Estrada Atlântica, que querem comprar a freguesia, a protestarem?
segunda-feira, 16 de abril de 2012
Foguetes na Serra do Bouro: vingança em vez de bom senso
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Pra que é que atiram foguetes e põem a música aios berros? Sãop mais felizes por isso? Que tristes!!!
ResponderEliminarTriste é este senhor que pelos vistos não faz ideia do que é um arraial popular triste é o senhor que consegue fazer um comentário a viver na ignorância de uma vida que, pela escrita que apresenta, ja deve ir a mais de meio, mas é assim...
EliminarÉ ignorante mas pelos vistos feliz... ;D
A mim não me incomoda! Gosto desta lógica da festa das povoações. Acho mal que as pessoas queiram as coisas feitas à sua maneira "porque a lei manda". Certamente esses moradores não falam ao telefone enquanto conduzem nem passam os limites de velocidade.
ResponderEliminarLógica, qual lógica? Aqui não se trata de lógica e se assim fosse, haveria o BOM SENSO mesmo que não houvesse leis que ditam o contrário da sua lógica. Ninguém deve fazer à sua maneira "porque a lei manda". Quando a Lei manda é para se cumprir, especialmente quando se põe em risco os outros de forma tão evidente. Todos cometem algumas falhas, mas alguns estão constantemente a cometê-las...até que são apanhados...felizmente!
EliminarA mim não me incomoda, tambem gosto da "lógica?" da festa das povoações, quando não corro, nem eu nem alguem da minha familia, o risco de levar com alguma cana na cabeça. Acho bem que as pessoas queiram as coisas feitas como a lei manda, quando passo os limites de velocidade são resultado, as coimas de 120Euros que depois aparecem em casa para pagar!!
ResponderEliminarEsta festa em honra da Srª dos Mártires já tem aproximadamente um século e meio de existência e durante todo este tempo se realizou da mesma forma, todos os moradores TÊM NOÇÃO DO PERIGO DOS FOGUETES DEITADOS NA VOLTA COM A BANDA não precisamos que venham, os intitulados, senhores lá da vossa terra, dar noções do que quer que seja para a terra dos outros, faz parte da tradição assinalar a passagem da banda com o lançammento de foguetes mesmo com o perigo que representa.
ResponderEliminarO que me mete um pouco de nojo é que estes auto-intitulados senhores pensam que vêm para a terra dos outros, que até aqui viviam e faziam as festas em harmonia, ditar regras porque a lei manda ou por mera MESQUINHICE. Porque estes senhores quando vieram viver para a Serra do Bouro ja eu tinha 16 ou 17 anos hoje tenho 28 e a festa da Senhora dos Mártires ja se realizava há mais de 100.
Porque é que só agora é que há problemas e desentendimentos, ainda por cima causados por pessoas que, felizmente, não têm absolutamente nada a ver com a nossa tão estimada fraguesia!
Se a nossa freguesia é tão má quanto a descrevem neste blog continuo sem perceber porque é que continuam lá a viver...
Exmo. Sr.Horta
EliminarDiscordo, nem todos os moradores têm a mínima noção do perigo de foguetes lançados ilegalmente, nem de todo, o Sr. lá porque há 100 anos atrás era assim, não significa que agora o tenha que ser. Felizmente há aquilo a que se chama “evolução” e a “aprendizagem por experiência”, daí haver mudanças e alterações de segurança (e não só) para proteger as pessoas, mesmo os ignorantes como o Sr. que pelos vistos, mesmo com os seus 28 anos atuais, ainda vive na idade da pedra! Se todos concordassem com a sua teoria ainda não existiam os computadores, significando que não poderíamos comunicar com esta facilidade (mesmo dizendo as coisas mais absurdas e ilegais!), nem se tinha ida à lua, nem a medicina teria progredido para salvar pessoas de morrer de doenças que até existiam há 100 anos atrás mas que agora existe a cura…! Penso que não é a freguesia que é má, são mesmos algumas pessoas que são tacanhas e maldosas, e para isso não há cura. Talvez vos fizesse bem ter mais pessoas a lutar pela nossa Constituição (sabe o que é?) para que se instaure a segurança e o bom senso. Já agora, se não houvesse leis para serem cumpridas, que o Sr. decerto também algumas cumpre, as pessoas seriam como os animais selvagens; não haveria necessidade de existirem juntas de freguesia, consequentemente presidentes de juntas, que neste caso, até é um advogado, os tais que estudam a lei e supostamente a representam. Só por este fato o seu argumento é fraco e até ofensivo ao Presidente da Junta, apesar da sua evidente postura. Um último conselho: Ainda está a tempo de aprender e de se instruir, não queira envelhecer com as orelhas a crescer!
Os gajos são é fascistas! Mais nada.
ResponderEliminarquem ta mal muda-se!!!!!!!!!!!!!!! FORA!!!!!!!!!!!!!
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