Nuno Moreira (vogal do Conselho de Administração da CP) assina um esclarecimento intitulado "Linha do Oeste - a realidade" (na "Gazeta das Caldas") do qual é relevante retirar o seguinte excerto, que se refere às contas da Linha do Oeste:
"(...) O custo de produção do serviço ferroviário de passageiros na linha do Oeste é da ordem dos 7,5€ por quilómetro, custo que inclui apenas os custos directos de material, energia, maquinistas e revisores, e da taxa de utilização da infra-estrutura paga à Refer (não inclui custos de estrutura). Por outro lado a receita por passageiro do serviço regional é da ordem dos 0,07€ por quilómetro. Em resumo, para garantir a cobertura dos custos directos do serviço seria necessária uma ocupação média ao longo do percurso do comboio superior a 100 passageiros. Actualmente, com uma procura média de 50 passageiros por comboio, a que corresponde uma ocupação média de 20 passageiros ao longo de todo o percurso, seria necessário quintuplicar a procura ou a tarifa, ou reduzir os custos para um quinto do valor actual. Mesmo conjugando os três factores em simultâneo para não cair em valores absurdos, chegaríamos a uma situação incoerente de aplicar um forte aumento do tarifário e, em simultâneo, obter um aumento significativo da procura.Seja qual for a solução que venha a ser apresentada, mesmo com uma redução significativa dos comboios como refere o estudo, muito dificilmente se obterá a sustentabilidade económica do serviço. Qualquer outra empresa recusará a realização de um serviço que dá prejuízo, sem a garantia de uma comparticipação que lhe garanta o cumprimento das suas obrigações com os salários dos trabalhadores, pagamento a fornecedores à segurança social e ao estado (...)"
A "batalha" pacóvia pela Linha do Oeste esbarra nestes números. Já não há dinheiro para luxos...
domingo, 12 de fevereiro de 2012
As contas da Linha do Oeste
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