Pergunta-me directamente uma leitora: "Tem andado muito calado depois de já ter defendido o PSD e o actual governo. Já mudou de opinião?"
E eu respondo, começando por recordar que foi há cerca de um ano que o anterior primeiro-ministro se viu obrigado a reconhecer a ineficácia e a incompetência de tudo aquilo que, com visível dolo, andava a fazer e obrigava os seus a fazer e que fez o "ò tio, ò tio" de chamar as instâncias internacionais para emprestarem dinheiro ao Estado que geriu mal e/ou para proveito próprio e dos seus clientes e fiéis.
Com isso, o PS quis alijar toda a responsabilidade que teve na situação de quase bancarrota a que chegámos. É preciso não esquecer que, em 16 anos de administração do Estado (de 1995 a 2011), o PS esteve 14 anos no Governo. E que entre 1976 e 2011 o PS esteve no Governo durante 22 anos e o PSD esteve 13 anos.
O PSD e o CDS venceram as eleições em 2011 e, depois de terem assinado o Memorando de Entendimento com a "troika" (tal como o PS, que a tinha chamado), formaram governo.
Não gosto da austeridade que impuseram. Não gosto de alguns disparates que forem feitos. Mas eu, que sou da administração pública embora não no activo, ainda prefiro receber menos do que não receber nada, que será o resultado de uma bancarrota, perigo de que ainda não estamos totalmente livres. Até ver, o PSD e o Governo que formou com o CDS têm a minha confiança. Mas não, não estou satisfeito... e não vejo que haja alternativa. E a figura do actual primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, não me é antipática.
O PS não é uma alternativa.
O antigo líder fugiu mas eu ainda o espero ver sentado, por um dos vários motivos que o justificam, no banco dos réus. O actual, António José Seguro, é uma coisa às segunda, quartas e sextas e outra às terças, quintas e sábados. Aos domingos... depende. Enganei-me ao pensar que podia reabilitar o PS. Talvez seja melhor assim e espero que o líder que se segue também não consiga. O PS não faz falta, lamento ter de dizê-lo.
À esquerda berra-se.
A alternativa do PCP, do BE, da CGTP e dos outros todos que pensam que vivem na Rússia da revolução soviética é berrar, berrar, berrar e agitar bandeiras com slogans extremados do género do "pacto de agressão" e acumular greves "gerais" porque lhes foge a imaginação. Não são de cá, nada têm a ver com a realidade do país, estariam melhor na Grécia a incendiar carros e edfícios e a atirar pedras aos polícias.
Portanto... espero que o Governo PSD/CDS faça o que tem a fazer. Ainda tem o meu voto.
Não o têm, no entanto, os seus autarcas de cá, cuja falta de qualidade se agiganta à medida que o tempo vai passando. Eles e os outros, que se dizem "oposição", competem na idiotice, na confusão, na inépcia e na incompetência.
Tenciono confirmar a minha opinião nas próximas eleições.
segunda-feira, 19 de março de 2012
Não, não ando satisfeito com este Governo... mas não vejo que haja alternativa
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